Transportadoras marítimas acusadas de combinar aumento de preços

Publicação: 13/11/06

Por: DCI

O transporte maritmo está no foco da próxima grande disputa na área de concorrência no Brasil. O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) entrou sexta-feira com representação na Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, pedindo investigação sobre a um possível cartel de empresas de frete marítimo que operam no Brasil. Segundo a Ciesp, seu Departamento de Comércio Exterior (Decex) vinha sendo procurado por empresas com denúncias de as quatro maiores empresas operadoras de frete marítimo do País anunciaram aumentos semelhantes nos custos dos fretes no mesmo período.


As empresas Aliança Hamburg Sud, CSAV, Hapag Loid e MSC Mediterraneam Shipping são apontadas como as maiores do setor por fontes do mercado. Para Humberto Barbato, diretor do Decex, não há motivo aparente para o aumento já que o preço do petróleo está caindo e as companhias já elevaram seus preços em 12% em julho e agora em 18% em dólar, segundo cálculo da própria entidade. “Sempre houve cartel no segmento, mas com a dificuldade para exportar por conta do câmbio, a situação ficou insustentável para as empresas”, diz Barbato. O aumento nos fretes em julho foi absorvido pelas empresas que agora não teriam opção a não ser repassar os custos, garante o diretor.


Procuradas, as armadoras não se manifestaram. No entanto, fonte ligada a elas afirma que o aumento é resultado da falta de investimento público em infra-estrutura portuária que encarece as operações, mas o fato desse mercado ser dominado por empresas estrangeiras, globais, acentua o problema. Barbato por sua vez diz que problemas com a infra-estrutura no País sempre existiram e não pode ser motivo para o aumento. “O fato é que eles querem aumentar a rentabilidade”, conclui Barbato. De acordo com comunicado recebido por associados do Ciesp, a partir de 1° de outubro os embarques de carga dos portos brasileiros passariam a custar US$ 200 a mais para contêineres de 20 pés e US$ 400 a mais para contêineres de 40 pés.


O grupo Seas, composto dos armadores CMA/ CGM e China Shiping e Mitsui, que operam a linha Ásia-Paraná, informou aos seus representantes do Porto de Paranaguá que irá cancelar todas as escalas no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) a partir deste mês por conta de problemas técnicos na operação. A justificativa para tal medida seria a falta de sistema de janelas de atracação, que permite que os armadores agendem as escalas no porto.

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