Qualidade, variedade e preço energizam o consumo de chocolates e biscoitos diet/light

24 de outubro de 2006 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Doce Revista

No melhor dos mundos


24/10/2006 16:10:28 – Entre todas as modalidades de confeitos doces industrializados, o chocolate isento de açúcar e enquadrado no filão diet/light exibia demanda modesta. Culpa do giro, no passado puxado majoritariamente por consumidores diabéticos. Mas com a crescente penetração dos produtos em outros públicos, que conscientemente optam pelo tipo diet (fora o próprio avanço mundial da diabetes) o consumo da categoria mudou de marcha, ainda que com aceleração moderada. “A demanda tem evoluído na faixa de 2-3% ao ano graças aos avanços na qualidade, pela maior variedade e, principalmente, pela quebra do paradigma que associava chocolate diet a gosto ruim”, assinala Paulo Ferraz, gerente de vendas da Siccan, indústria pioneira no ramo e detentora da marca Diatt.


Ele lembra que, adicionalmente à questão do sabor, o custo dos produtos, algo em torno de 70-80% acima das variantes regulares, é outro motivo que pesa na contenção da demanda. A utilização de blends de edulcorantes importados, tanto para substituir a sacarose quanto para conferir corpo ao confeito, é um dos itens que oneram as formulações. “A diferença entre produto convencional e diet/light tende a cair na medida em que o consumo aumentar, ampliando por tabela a escala de compra de insumos”, argumenta o executivo. Para ele, a oferta de chocolate diet já é maior, tende a crescer em volume e, com isso, os custos irão cair. Além da melhora no sabor, o executivo da Siccan encaixa o culto à saúde e bem estar entre os fatores que contam pontos a favor do consumo de chocolate diet/light.

Com uma família integrada por três tipos de bombons à base de chocolate ao leite (com recheio de creme sabor menta, com creme de amêndoas e castanha de caju), seis tabletes de 30 e 60 gramas e pão de mel nas versões ao leite e branco, a Diatt opera na cena diet desde 1991 e as vendas abocanham 35-38% do volume de produção, dimensiona o gerente de vendas. Em paralelo à linha para varejo, a Siccan fornece chocolate diet em barras de 500 e 400 gramas para os filões de chocolate artesanal e food service. Os produtos seguem via 40 distribuidores da marca no Brasil, sendo os principais mercados as regiões sudeste e sul.


Redução calórica

A tese de avanço na oferta de produtos à base de chocolate diet já é uma realidade na Dan- Top, fabricante do tradicional confeito de marshmallow com casquinha sabor chocolate. José William Moreira Rodrigues, gerente vendas da empresa, informa que a marca estréia no segmento com a linha Dan-Top Light, de 54 gramas, sabor natural e com 60 Kcal por unidade. Apresentados em caixinhas com 3 unidades, “os produtos atendem a um mercado de consumidores específicos e exigentes, preocupados com a qualidade de vida e saúde”, confirma Rodrigues. Para ele, o crescimento do filão diet/light é uma corrente que já há alguns anos movimenta o setor de chocolates e, com o enquadramento no conceito de saudabi lidade e bem estar, vem ao encontro da filosofia da Dan-Top.

Sem abrir volumes, o executivo afirma que a produção da versão light será inicialmente direcionada para o canal de supermercados e lojas especializadas em produtos diet/light. naturais e orgânicos. “O Dan-Top Light poderá ser conferido nesses pontos-de-venda (PDVs) a partir de outubro e a expectativa com o lançamento é crescer 5% nas vendas”, crava Rodrigues. Produzido na unidade da empresa em Guarulhos (SP), a novidade exigiu investimentos em infra para ensaios e um grande esforço de pesquisa e desenvolvimento, conta o gerente. Ele sublinha que o maior desafio para a fabricação do doce foi atingir o balanceamento de edulcorante e agente de corpo ideal para o enquadramento nos parâmetros de confeitos light, isto é, com no mínimo 25% menos calorias em relação à versão convencional. “A formulação alcançou o patamar de redução calórica almejado, contando com a colaboração de uma empresa especializada em desenvolvimentos e de fornecedores de matéria-prima”, relata o executivo. Esse trabalho, ele detalha, envolveu duas etapas: a seleção de ingredientes e a definição das concentrações. No total. conclui, foram realizados 32 testes para definição das concentrações, além de diversos outros ensaios com ingredientes excluídos da formulação final. Desde a conclusão do projeto, a Dan-Top planeja estender a linha diet/light a outros produtos e já tem algumas idéias em desenvolvimento, comenta sucinto Rodrigues. Reduto artesanal

Outra comprovação dessa oferta em ascensão parte da Mateer, indústria baseada em Marília (SP) e apenas há três anos no circuito chocolateiro, com a marca Divino Vício, de trufas recheadas com cremes e frutas. Com assessoria da TDI, a empresa desenvolveu uma série de trufas com até 28% menos calorias e, portanto, enquadrada no filão light. Carlos Veçoso. diretor da consultoria especializada em tecnologia industrial para o setor de chocolates e confeitos, esclarece que o produto é ao mesmo tempo diet, pela total isenção de açúcar. Mas a linha, lançada com a marca Mateer, que compõe com seis versões diferenciadas, sendo quatro açucaradas, vai frisar nas duas variantes especiais a tarja de produto light, informa o consultor. Além da melhor assimilação pelo consumidor, que associa o termo diet à remédio, grifa Veçoso, a palavra light banca outras conveniências. Conforme explica o consultor, é mais conveniente para a indústria registrar um produto como light do que com a designação diet, pois nesse caso, além da mera comunicação do início da produção necessária para itens light, exige-se laudo técnico e aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Isso demanda mais tempo e é mais oneroso”, sublinha o especialista.

Em porções individuais de 36 gramas, as trufas light Mateer são apresentadas em inéditas caixinhas de cartão que imitam o design das embalagens de panetone. Autor da formulação da massa, Veçoso também assina o projeto das minicaixas. As duas versões light sobem às prateleiras em outubro nos sabores tradicional e morango, sendo esta última formulada à base de geléia de morango com chocolate e redução calórica de 25%, repassa o diretor da TOI. Ele comenta que o mercado de trufas no país ainda demanda baixos volumes, porém os produtos têm alto valor agregado. Por isso, e por exigir cuidados extras, esse filão é explorado por chocolaterias artesanais, a exemplo da Mateer.

Menu variado

A oferta de itens diet/light também fermenta em outros redutos da ala de confeitos. Na Itamaraty, atuante no segmento desde 1999, o leque inclui biscoitos recheados, wafers, achocolatados e capuccino, além de café dos tipos descafeinado e orgânico, também consumidos pelo público fã de produtos diet/light, nota Fabiane Rocha, supervisora de marketing da companhia. Neste ano, prossegue a executiva, a empresa estreou no filão chocolateiro, com o lançamento da barra de 350 gramas de chocolate diet da marca, nos sabores ao leite e branco. “É um produto que pode ser utilizado tanto para consumo final quanto por transformadores que utilizam a barra como matéria-prima para a confecção de bombons, doces e tortas”, indica ela.

A empresa, completa, pretende enriquecer ainda mais a linha e já trabalha no desenvolvimento de quatro produtos. Apesar da variedade desse menu, os recheados e a linha de wafers são os itens de maior demanda da Itamaraty, Fabiane argumenta que, talvez por terem sido os primeiros produtos da linha, os biscoitos diet da marca são mais conhecidos no mercado. “Isso, todavia, não tira o mérito dos outros itens que vêm se destacando nas gôndolas”, observa ela. Recente pesquisa apresentada pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) sinaliza que 34% dos consumidores têm o hábito de consumir algum tipo de biscoito diet, indica a coordenadora. “O dado confirma a aposta de uma empresa que produz biscoito diet com alta qualidade”, assinala a executiva.

Ela complementa que uma massa crescente da população demonstra a cada dia mais preocupação com a saúde e isso, certamente, se reflete na qual idade dos produtos que entram na lista de compras dos consumidores. “Tanto que, no estudo da Abras, 61 % do total de entrevistados manifestaram preocupação com saúde e bem estar”, grifa.

Os wafers diet da Itamaraty apresentam até 21 % menos de calorias e 35% menos de gordura, aponta Fabiane. Já os recheados, oferecidos em embalagens de 120 gramas, exibem 16% de redução calórica. As duas opções de biscoitos, assim como toda a linha diet da marca, contam com selo de aprovação da ADJ (Associação de Diabetes Juvenil) e registro do Ministério da Saúde.

Outro trunfo da Itamaraty nas gôndolas diet/light é o achocolatado Fancy Diet. que incorpora na formulação o adoçante Splenda. “É o grande diferencial de qualidade, pois o insumo é natural, mantém inalterado o sabor do chocolate, não deixa sabor residual de adoçante e é 700 vezes mais doce que o açúcar”, sublinha Fabiane. Além de realçar o sabor, segue ela, o Splenda reduz a quantidade de calorias do produto. Comparado ao Fancy tradicional, confronta a executiva, a versão diet alcança redução calórica de 32%. “Uma das principais vantagens é que o produto é forneável e, portanto, não tem restrição a altas temperaturas, podendo ser utilizado na confecção de bolos, biscoitos, doces e sobremesas”, insere ela, arrematando que, como o achocolatado passa por um processo de secagem específico de correção da densidade, pode ser dosado nas mesmas medidas do tradicional.

Uma das pioneiras no desenvolvimento de biscoitos, balas e refrescos ) em pó isentos de açúcar ou de baixa caloria, a Mabel saiu na frente de concorrentes em 2000 ao reunir todo esse cardápio diet/light sob o guarda-chuva da linha Doce Vida. Adriana Lira, gerente de marketing do grupo, enfatiza que a companhia, na realidade, antecipou com sua visão de mercado uma tendência inexorável no setor de alimentos, agregando valor a uma grife consolidada por consumidores heavy users.

O portfólia atual, repassa ela, integra biscoitos recheados e wafers nos sabores chocolate e morango, refrescos de tangerina, limão, maracujá e laranja e balas sortidas, de café e de cereja. “No momento, a Mabel não cogita planos de ampliar ou reduzir esse mix”, informa a executiva.

Para ela, o avanço do consumo diet/ light nos últimos anos tem sido bancado sobretudo pelo fator preço, já que anteriormente os produtos chegavam a custar o dobro. “Nossa linha Stétiks de biscoitos light, por exemplo, segue a mesma tabela dos itens tradicionais”, frisa Adriana. Lançada em 2005, a variante compõe com seis itens e foi introduzida com o slogan “Tão gostoso quanto o biscoito que você consome, agora com menos gordura”. A frase, observa a gerente, traduz o conceito da marca l e se encaixa na , tendência hoje na moda de saúde e bem estar.

Adriana nota mudanças na percepção dos benefícios dos produtos. Antes, percebe, o consumo era orientado por prescrição médica e preocupação com a estética. “Agora, o foco é qualidade de vida”, assinala. o

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