O trabalho de marketing, promoção e pesquisa que está fazendo o mercado brasileiro de café crescer continuamente, na média de 3% a 5% ao ano, foi um dos principais temas da reunião do Conselho da OIC – Organização Internacional do Café, que está sendo realizada esta semana em Londres, e base da proposta para se deflagrar, mundialmente, uma estratégia similar por meio de uma parceria entre o Brasil e a OIC. Chefiada pela embaixadora Ana Maria Sampaio, e coordenada pelo secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Linneu da Costa Lima, a delegação brasileira também marcou presença pelo grande número de integrantes: mais de 20 representantes do agronegócio café e do governo brasileiro.
A primeira apresentação foi feita na tarde de terça-feira (26), por Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que destacou o papel fundamental que tem sido executado pelo CDPC – Conselho Deliberativo da Política do Café e pelo Grupo Gestor de Marketing (GGM), “não somente como homologadores do uso dos recursos do Funcafé para publicidade e promoção interna e externa, mas como agentes de uma nova e bem-sucedida estratégia de geração de idéias”.
De acordo com Herszkowicz, chamou a atenção dos representantes dos países produtores e consumidores de café o modelo de sucesso usado no gerenciamento do trabalho desenvolvido pelo Grupo Gestor de Marketing, coordenado pelo diretor do Depto de Café do MAPA, Vilmondes Olegário, sempre com a participação de todos os segmentos. “As atividades e idéias são estabelecidas, num primeiro momento, de forma institucional, e em seguida evoluem, sendo adotadas pelas organizações do agronegócio (ABIC, ABICS, CeCafé, CNC e CNA) e amplificadas por seus associados”. Como exemplo, o diretor-executivo citou a repercussão dos filmes produzidos para a campanha nacional do café e dos folhetos sobre Café e Saúde, que foram veiculados e distribuídos regionalmente pelas indústrias de café.
Para Herszkowicz, o aumento contínuo do consumo de café no Brasil está relacionado com os programas desenvolvidos pela ABIC desde 1989, quando lançou o Selo de Pureza, e que agora foram ampliados com o desenvolvimento de novas estratégias baseadas no Programa de Qualidade do Café (PQC), nas ações de promoção e marketing, na educação dos consumidores, e na consolidação do segmento de cafés finos e gourmets. “A melhoria da qualidade buscada pela ABIC foi tida como exemplo por todos os países participantes da reunião da OIC”.
Ao lado das ações de promoção, despertou igualmente muita atenção o Programa Café e Saúde, também do GGM/CDPC, que foi apresentado pelo seu coordenador, Prof. Dr. Darcy Lima, na manhã da quarta-feira (27). “O Brasil está muito à frente, principalmente no trabalho de divulgação de estudos e pesquisa que realiza junto aos profissionais da saúde, e pela utilização de tecnologias, a exemplo do Conexão Médica, programa de educação continuada, veiculado via satélite e assistido por professores e estudantes em diversas unidades”, disse Herszkowicz.
Foram todas essas ações da ABIC e do GGM que serviram, inclusive, para dar base a uma proposta do governo brasileiro, apresentada também na reunião da OIC pelo consultor Carlos Brando, da P&A Marketing Internacional, para o desenvolvimento de um programa de promoção mundial do consumo de café. Inovador, esse programa se dará através da criação de uma rede virtual de relacionamento, difusão de conhecimentos e geração de negócios com o uso da internet. “Os trabalhos e a experiência da ABIC e do Grupo Gestor de Marketing foram amplamente citados, em toda a proposta brasileira, como exemplos e modelos de estratégias e ações que podem estimular e ampliar o consumo de café”, resume Herszkowicz.
Para Guivan Bueno, presidente da ABIC, “a entidade e os industriais brasileiros podem se sentir orgulhosos e honrados por terem sido convidados para apresentar, no grande fórum do agronegócio café que é a OIC, todo o trabalho que tem sido realizado há anos, e que, reconhecidamente, tem sido apontado como razão do grande crescimento do consumo interno de café no Brasil”.