Presidente da OIC avisa que vai faltar café e que os preços não são justos

Devido a essas previsões, os preços internacionais do grão aromático subiram em benefício dos cafeicultores, mas em cerca de três anos podem cair, explica Romero, que também afirma que ainda não são justos para os produtores. O embaixador hondurenho em Londres também anunciou que está trabalhando em um novo acordo internacional.

A produção mundial para o ano cafeeiro de 2020/21 é estimada em 169,6 milhões de sacas. O consumo mundial foi de 167,3 milhões de sacas.  Assim, o excesso de oferta sobre a demanda caiu para 2,4 milhões de sacas.

No entanto, estamos prestes a entrar em uma fase de escassez de café, consequência, principalmente, das fortes geadas ocorridas no Brasil e do impacto das mudanças climáticas em outros países produtores, como é o caso dos furacões que atingiram as áreas produtoras da América Central e do México.

Ainda é difícil calcular a magnitude exata dos danos, mas espera-se que haja um déficit na produção, a partir de 2022. Como consequência dessa redução na oferta, estamos experimentando um aumento nos preços dos cafés.

Continuará a haver escassez na oferta mundial de café por dois a três anos. Por outro lado, espera-se que o consumo global seja impulsionado. Embora o atual patamar de preços seja animador para os produtores, alguns fatores podem limitar o aumento da produtividade, como o aumento dos preços dos fertilizantes, o alto custo do frete e a redução da disponibilidade de mão de obra.

Certamente, a atual volatilidade dos preços provavelmente continuará, especialmente porque os fatores climáticos aumentam a possibilidade de interrupções no fornecimento de curto prazo. Os preços do café devem permanecer altos nos próximos dois a três anos. Devemos ter em mente que os preços do café são cíclicos, portanto, os produtores devem aproveitar esses bons tempos e se preparar com economia suficiente para a inevitável queda de preços que se seguirá.

Os preços atuais representaram uma melhora considerável e representam um importante alívio para os produtores. Os níveis atuais de preços não são justos e ainda não cobrem os custos de produção, mas para garantir que o façam e que isso se traduza em bem-estar para os cafeicultores e suas famílias, esses níveis devem ser mantidos por pelo menos cinco anos consecutivos.

A OIC organizou uma força-tarefa público-privada com representantes dos países membros, e empresas do setor cafeeiro e organizações não governamentais também estão colaborando para tratar da sustentabilidade do setor cafeeiro e, em particular, da melhoria das condições de vida e da melhor caminho para a prosperidade dos produtores.

Com base em minha experiência, fornecerei uma liderança forte para alcançar as reformas planejadas para garantir que a organização atenda às expectativas dos países membros para promover a sustentabilidade dos negócios.

Honduras tem sido o quinto maior produtor e exportador de café do mundo, por isso, externamente, é visto como um grande player que experimentou um forte crescimento nos últimos 15 anos. Como embaixador de Honduras, tenho muito orgulho do trabalho e da projeção do setor cafeeiro. Falar de café hondurenho no exterior é falar de bom café, qualidade e excelência; Eu diria o “melhor café do mundo”.