Bolsa de café de N.Y. fechou em alta de 265 pontos, a US$ 2,0425 por libra peso nos contratos com vencimento em dezembro próximo.
O dólar voltar a disparar frente ao real hoje. A moeda americana avançou 1,34%, fechando a R$ 5,5940.
20 de outubro de 2021 | Sem comentários
Mercado
MERCADO DE CAFÉ
Santos, 19 de outubro de 2021 – terça-feira
A bolsa de café de N.Y. fechou em alta de 265 pontos, a US$ 2,0425 por libra peso nos contratos com vencimento em dezembro próximo.
O dólar fechou hoje a R$ 5,5940 (alta de 1,34 %).
Mercado físico de café:
O dólar voltar a disparar frente ao real hoje. A moeda americana avançou 1,34%, fechando a R$ 5,5940. É o maior valor de fechamento do dólar no Brasil desde 15 de abril, quando fechou em R$ 5,6141. A intenção do governo de aprovar o início do “Auxílio Brasil” o programa que deve substituir o “Bolsa Família”, com um auxílio de R$ 400, sendo que R$ 100 seriam bancados por recursos fora do teto de gastos, trouxe pânico ao mercado. O dólar chegou a bater em R$ 5,6114, mas desacelerou um pouco quando o evento para apresentar o novo programa foi cancelado. Essa disparada aconteceu apesar do Banco Central intervir no câmbio, vendendo mais de US$ 500 milhões no mercado à vista. A alta forte hoje no Brasil se deu em um dia em que o dólar recuou frente a praticamente todas as moedas. Além do real, apenas o peso argentino caiu cerca de 0,05%. O IBOVESPA recuou 3,28%.
Em NY, apesar da forte alta do dólar frente ao real, as cotações trabalharam em alta por todo o pregão. Os contratos para dezembro fecharam a segunda-feira em alta de 265 pontos, a US$ 2,0425. Na máxima do dia bateram em US$ 2,0560 em alta de 400 pontos. Ontem caíram 180 pontos. No balanço da semana passada subiram 205 pontos e encerraram a sexta-feira valendo US$ 2,0340 por libra peso. Todos os demais meses de vencimento de contratos na ICE, fecharam hoje acima de US$ 2,07 por libra peso.
No mercado cambial, o dólar hoje recuou frente a praticamente todas as demais moedas. No Brasil, onde nossos problemas internos se acentuam, o dólar voltou a subir forte. Fechou o dia em alta de 1,34 % a R$ 5,5940 (na máxima do dia chegou a R$ 5,6114). Ontem já havia subido 1,21%. Em reais por saca, os contratos de café para dezembro próximo na ICE em NY fecharam hoje a R$ 1 511,40. Ontem fecharam a R$ 1472,05. Na sexta-feira fecharam a semana a R$ 1 467,44.
Os fundamentos não mudaram, continuam os mesmos e não devem se alterar tão cedo. As chuvas que começaram a cair a partir do início de outubro não estancarão instantaneamente o ciclo de perdas, e muito menos recuperarão o que já foi perdido para a safra do próximo ano. Nosso parque cafeeiro está enfraquecido e em condições difíceis.
O forte recuo nos embarques brasileiros de café em setembro, divulgados na última quarta-feira pelo Cecafé, é mais uma preocupação para o mercado de café. A “Green Coffee Association” divulgou na sexta-feira que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.022.923 em 30 de setembro de 2021. Caíram 107.561 sacas em relação às 6.130.484 sacas existentes em 31 de agosto de 2021.
O aumento expressivo das exportações de café do Brasil para a Colômbia, segundo maior produtor mundial de café arábica, é mais um forte indicador dos problemas enfrentados por nossos vizinhos, em um momento em que também estão tendo um significativo aumento de seu consumo interno.
Enfrentamos ainda sérios problemas com a falta de contêineres e espaço em navios, além de forte alta nos principais insumos para a produção de café. Energia elétrica, combustíveis, fertilizantes, defensivos, tratores e maquinários, estão subindo com força. Com a chegada das chuvas, os cafeicultores precisam começar a adubação, que já está dois meses atrasada. A subida vertiginosa dos preços de todos os fertilizantes está assustando bastante os produtores.
Em meio a muita oscilação, a crescente percepção do quadro acima vai levando os contratos de café na ICE a um novo patamar de preços.
Continua a escassez de lotes de café arábica destinados ao consumo interno brasileiro. O mercado físico do conilon está firme, comprador. Cresce a porcentagem de conilon nas ligas de consumo interno.
Em nossa opinião a chegada das chuvas não mudará o comportamento dos cafeicultores no mercado de café.
No mercado físico brasileiro, com o dólar e NY em alta, os compradores melhoraram suas ofertas mais um pouco. Saíram negócios, mas continuam bem abaixo da média para este período do ano safra brasileiro. O produtor de café permanece vendendo apenas o necessário para fazer “caixa” e cumprir os compromissos mais próximos.
A chuva das últimas semanas aumentou de forma considerável a umidade do solo em praticamente todas as áreas produtoras da Região Sudeste e do Paraná. De acordo com as estações pluviométricas da Cooxupé, o acumulado de chuva varia entre 100mm e 200mm em toda a Mogiana e sul de Minas Gerais neste mês de outubro. Nesta semana, a precipitação intensa avança para o sul da Bahia. Até o domingo, estimam-se 55mm em Vitória da Conquista-BA e 75mm em Itamaraju-BA. Também há previsão de chuva forte em Rondônia com acumulado de 90mm em Cacoal-RO em cinco dias. Por outro lado, esperam-se alguns poucos dias com tempo ensolarado no Paraná, São Paulo e Minas Gerais, algo que ajudará na retomada de atividades de campo que exigem tempo seco. No sul de Minas Gerais, por exemplo, o tempo ficará seco entre a quarta e sexta-feira. A partir do sábado, retorna a chuva forte. Na próxima semana, a chuva enfraquecerá sobre a Bahia e intensificará sobre Paraná, São Paulo, sul de Minas Gerais e Cerrado (SOMAR Meteorologia).
*Selecionamos e colocamos diariamente em nosso site notícias e informações sobre o mercado de café.
FECHAMENTO DA BOLSA DE NEW YORK: 19/10/2021
DEZEMBRO/21 204,25 +265
MARÇO/22 207,00 +265
MAIO/22 207,95 +260
JULHO/22 208,50 +260
SETEMBRO 208,75 +255
DEZEMBRO/22 208,85 +255
Saudações,
Escritório Carvalhaes