REGISTRO 2002: R$100,00 para cada saca retida: Pleito dos produtores

CNA: EXPORTADORES DE CAFÉ QUEREM RECURSOS DO GOVERNO PARA COMPENSAR PREJUÍZOS

(Brasília (08/02) – “Os exportadores brasileiros já venderam antecipadamente significativo volume de café no mercado internacional, a preços baixos, e agora querem parte dos recursos governamentais que serão liberados para financiar a colheita e a pré-comercialização da safra para compensar os maus negócios”. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Roberto Puliti, esta foi a conclusão a que chegaram os representantes do setor produtivo, entre eles CNA, Conselho Nacional do Café (CNC), cooperativas e entidades ligadas ao agronegócio, reunidas ontem em Varginha, Minas Gerais. Conforme Puliti, os produtores precisarão de, no mínimo, R$ 1 milhão para financiar a retenção de 10 milhões de sacas de café da safra 2002/2003, estimada em 40 milhões de sacas, como forma de pressionar o mercado para um aumento do preço internacional da commodity. Com o excedente de café retido nas cooperativas de produtores, haveria redução de oferta e agregação de renda à atividade.

Na opinião da CNA, esta seria a única maneira de garantir renda aos produtores de café, que geraram uma supersafra, mas enfrentam sérios prejuízos causados pelos baixos preços pagos pelo produto. Se houver entendimento com o Governo quanto aos recursos a serem liberados ao setor, cada produtor receberia R$ 100,00 pela saca retida de café. A expectativa é que o mercado responda positivamente, chegando ao preço de R$ 140,00 a saca até o término da colheita, possibilitando a comercialização do produto retido por valores que remunerem a atividade. O presidente da Comissão Nacional do Café acredita que se esta proposta for aceita, no prazo de dois anos a cafeicultura poderá sair da crise. Segundo Puliti, a retenção de 10 milhões de sacas não vai interferir no abastecimento interno, já que o consumo fica entre 13 e 14 milhões de sacas.

Puliti afirma, ainda, que o Governo já reconheceu a descapitalização do setor quando ampliou os prazos para o pagamento das dívidas em 12 anos para os financiamentos com recursos do Funcafé, 20 anos para os produtores que renegociaram seus débitos pelo Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos) e 25 anos para aqueles incluídos no programa de securitização. Para ele, os R$ 700 milhões sinalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o financiamento da pré-comercialização da safra, que começa em julho, são insuficientes e não garantiriam a retenção das 10 milhões de sacas necessárias para pressionar a elevação dos preços do café no mercado internacional. Para ele, esta medida é fundamental para garantir o emprego e as economias regionais, que sobrevivem da renda da cafeicultura, evitando a migração para as zonas urbanas e os saques que já ocorreram no sul de Minas Gerais.

Fonte: Departamento de Comunicação Social da CNA
Fone 61-3263161, Ramais 219 e 221

Autor: Agroclubes – Data: 27/2/2002 22:32:49

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