15:19 – A região de Rio Preto deverá produzir nesta safra 268,2 mil sacas de 60 quilos de café, um crescimento de 36,7% em relação as 196.2 mil sacas colhidas na safra passada. A produção da região corresponde a 6% do total do Estado. A expectativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que prevê que os municípios paulistas produzam na safra 2006/2007, 4,41 milhões de sacas. Uma cerimônia realizada quarta-feira pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, marcou o início oficial da colheita no Estado. O aumento, na opinião do engenheiro agrônomo Roberto Antonio Thomaziello, do Centro de Café do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) pode ser atribuído as condições climáticas favoráveis e a bianualidade da lavoura, com um ano menor de produção seguido de outro maior. “Como no ano passado a produção foi menor, deve crescer este ano”, afirmou.
Levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) indica na safra passada (2005/2006) que juntas, os cinco Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) produziram 196.242 mil sacas de café em uma área de 15.099 hectares. Pelo levantamento, as regiões de Barretos e Catanduva produziram 10,5 mil sacas cada, enquanto a de Fernandópolis, 18,2 mil e a de General Salgado, 10.664. Já região de Jales produziu 29,9 mil sacas, Rio Preto 61,6 mil e Votuporanga 54,6 mil. Apesar da Conab indicar aumento, técnicos de alguns Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) da região acreditam em uma produção próxima a do ano passado. Isto porque as condições climáticas com irregularidade das chuvas e baixa altitude, não devem favorecer a produção.
Na região de Jales, que tem 22 municípios, a expectativa é que sejam colhidos este ano 27 mil sacas, contra 22 mil na safra passada. “Apesar das chuvas irregulares, a baixa altitude e o clima quente não serem propícios para a cultura do café na região, deverá haver um aumento na produção”, disse o diretor do EDR de Jales, Braz Tomaz. A região de Barretos que tem 18 municípios, produziu na última safra 8,7 mil sacas e a previsão do engenheiro agrônomo João Antônio Giachetto, é de que ano a produção seja praticamente a mesma, uma vez que os cafezais são irrigados.
“O café deixou de ser uma cultura de expressão para a economia da região na década de 1980 em função de problemas climáticos”, disse o engenheiro agrônomo Luiz Fernando Toscano, do EDR de Votuporanga. Ele afirmou ainda que os poucos cafezais que resistiram estão localizados em Cosmorama e Votuporanga. “Os baixos preços desestimularam os produtores que abandonaram a cultura”. Thomaziello acredita que o avanço da cultura de cana-de-açúcar deve impedir o crescimento da área plantada de café no Estado nos próximos anos. O baixo preço da saca também desestimula o produtor, na opinião do agrônomo, que mal consegue repor os custos de produção. “Os agricultores estão descapitalizados e a cana exerce uma pressão muito grande que faz com que eles acabem cedendo”, disse o agrônomo.