O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com desvalorização técnica para as principais referências na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
Nos últimos cinco dias, o mercado futuro registrou apenas um pregão de altas, que foi na quinta-feira (22), quando os contratos subiram mais de 250 pontos, motivados pelas condições climáticas do Brasil.
Segundo Guilherme Morya, analista de mercado do Rabobank, as preocupações com o clima no Brasil seguem no radar do mercado, mas destaca que os modelos meteorológicos passam a indicar o retorno efetivo das chuvas nas principais áreas produtoras do país nos próximos dias.
Além da chuva, os novos casos de Coronavírus na Europa também já começam a participar da formação de preços no mercado futuro. O analista destaca que o mercado ainda não sabe como uma segunda onda de contaminação poderia impactar no consumo de café.
A tendência para os próximos dias é que o mercado continue andando de lado para o café arábica, e que o setor continue acompanhando as chuvas no Brasil e os casos da Covid-19 na Europa, importante consumidor do café brasileiro.
O excesso de chuvas no Vietnã, principal produtor de café tipo conilon, preocupa o setor. Segundo Morya, caso as chuvas continuem sendo expressivas o produtor vietnamita pode ter até um mês de atraso na colheita. Vale lembrar que o mercado já trabalha com estimativa de queda de 5% nesse ano para o Vientnã e o excesso de chuva pode impactar diretamente na qualidade da bebida.
Guilherme destaca ainda os preços de conilon podem voltar a subir nos próximos dias, da mesma maneira que o mercado trabalhou nesta semana. Há ainda a possibilidade da alta nas Bolsas de Londres refletir sobre os preços em Nova York e o café arábica também pode registrar novas altas.
Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas