Chegou ao fim a colheita do conilon nas áreas de atuação da Cooabriel, no Espírito Santo e na Bahia.
Até o momento, 1,444 milhões (21/08) de sacas foram recebidas nos armazéns da cooperativa nos dois estados. Foi registrada uma queda de aproximadamente 15% na recepção de sacas da Cooabriel em relação à safra 2019. Uma quebra já prevista pela cooperativa.
Já a estimativa de média de quebra no Espírito Santo, de acordo com relato dos produtores, gira em torno de 30% em relação à safra 2019.
O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, ao avaliar a quebra lembra que houve no ano passado um período de ventanias fortes, que coincidiram com a época da florada. Além disso, reforça que muitos cafeicultores não investiram em tratos culturais em razão do baixo preço do café. “Sempre pontuamos que em razão disso o produtor amarga prejuízos na época da colheita. É importante tratar do café mesmo em tempos difíceis, pois épocas melhores virão”, finalizou.
O coordenador técnico da Cooabriel, Perseu Fernando Perdoná, ressalta que houve menor produção por planta de café, sendo necessário maior número de plantas para converter em um saco de café maduro, mas que no beneficiamento o rendimento de café maduro para pilado se manteve normal. De acordo com o mesmo, parte disso ocorreu devido ao volume de chuvas que ficou abaixo do esperado para o período, ainda devido ao menor investimento por parte do produtor em insumos e principalmente à elevada safra que houve em 2018/2019, deixando muitos cafezais desgastados, e sem grande poder de produção para a safra seguinte.
“A última safra com grande produção, a lavoura com menos adubo e a questão do clima foram fatores que levaram as plantas a chegar ao pós colheita com menor tamanho de copa e vigor, consequentemente comprometendo a produção para este ano, portanto há um ano já havia indícios de que a queda era prevista”, explicou.
Um fator positivo avaliado é que ocorreu uma melhor qualidade dos cafés recebidos dos sócios.
“Com a pandemia no meio da safra, o produtor foi priorizando a colheita mais seletiva dos grãos, com isto ele colheu grande percentual de café maduro, que resultou em cafés de melhor qualidade, superiores aos cafés do ano passado. O café colhido com grande percentual de grãos maduros resulta sempre em mais qualidade”, afirmou o gerente corporativo de mercado da Cooabriel, Edimilson Calegari.
O Coordenador de armazém (sede) da Cooabriel, José Carlos Azevedo, também explicou sobre a melhoria no padrão de qualidade dos cafés recebidos na cooperativa. “Neste ano, os padrões foram melhores em relação à qualidade dos cafés recebidos e chegamos a 80% do café tipo 7 para melhor”, disse.