Procafé libera duas novas cultivares de café, Palma 3 para registro no Ministério da Agricultura

A cultivar Palma 3 produziu, em média dessas 6 safras, 46,5 scs/ha, a Sabiá-una 43,2 scs, a Arara 40,1 scs e o padrão Catuai V/144 com 31 scs/ha.

04/06/2020 A Fundação Procafé divulgou nesta quinta-feira (4) que liberou duas novas cultivares de café para registro do Ministério da Agricultura, com o objetivo de obter a liberação para o plantio comercial, após um período de pesquisa realizada em Minas Gerais. “Essa liberação se baseia na análise de resultados de diversos ensaios experimentais, já com bom número de safras acompanhadas, e, ainda, complementada pelas visitas recentes aos campos, para verificação, “in loco”, da condição das plantas desse material genético, tanto nos ensaios mais antigos, como em pequenas plantações, já efetuadas com essas novas cultivares”, explica a publicação.

Confira a publicação:

A cultivar Palma 3 tem origem em seleção de planta mais vigorosa e produtiva, observada no campo em Coromandel –MG, em parcela de ensaio da cultivar Palma 2. A genética do material de Palma resulta de cruzamento, efetuado no ES, na década de 1970, pelo Eng. Agr. A. Paulino, do ex-IBC, entre o Catimor UFV 353 e o Catuai Vermelho IAC 81. O material foi introduzido em Varginha, em seguida, sendo derivadas novas gerações e feitas seleções que deram origem ao Palma 1 e Palma 2. Essa nova cultivar apresenta alta produtividade, sendo que em muitos ensaios se classifica como a mais produtiva, entre dezenas de outros materiais. Mostra, também, elevado vigor e alta resistência à ferrugem, no campo não apresentando infecção dessa doença, até o momento, a despeito do material de origem já ter sido derivado faz mais de 40 anos.

O porte das plantas é baixo, embora um pouco maior em comparação ao padrão Catuai, o broto novo tem folhas de cor verde, os frutos são pequenos, de cor vermelha e de maturação tardia. Importante destacar, também, que essa cultivar tem apresentado boa tolerância a stress hídrico. Pela sua origem é esperada, ainda tolerância desse material à Phoma. A cultivar Sabiá-una se originou da seleção de uma planta de frutos amarelos, que apareceu dentro de uma parcela de plantas de Sabiá 398(de frutos vermelhos), em ensaio na FEX Varginha. Pela proximidade dos cafeeiros, trata-se, provavelmente, de um hibrido natural entre cafeeiros Sabiá e Catucai amarelo.

Foi derivada a geração F3, que foi colocada em ensaios, nos quais vem obtendo bom desempenho produtivo. Os cafeeiros dessa cultivar são de porte baixo, possuem copa cônica, apresentam bom vigor, boa resistência à ferrugem e as folhas novas nos brotos, em sua grande maioria, são de cor bronze. Os frutos são de bom tamanho e de cor amarela e a maturação é média. Resta lembrar que o material de Sabiá 398 é oriundo do cruzamento entre Catimor e o Acaiá. Como exemplos produtivos dessas novas cultivares, vão aqui os resultados de acompanhamento da produção em 2 ensaios. O primeiro, em Varginha, com 6 safras computadas, indo para sétima.

A cultivar Palma 3 produziu, em média dessas 6 safras, 46,5 scs/ha, a Sabiá-una 43,2 scs, a Arara 40,1 scs e o padrão Catuai V/144 com 31 scs/ha. O segundo, em Araguari, com 3 safras, indo para quarta neste ano, mostra a Arara com 51,3 scs/ha, o Palma 3 com 49,2 scs, o Sabiáuna com 40,4 scs e o padrão Catuai V144 com 21,3 scs/ha. O lançamento de novas cultivares/variedades de café reflete o amadurecimento de um programa de melhoramento genético, que envolveu longo período de trabalho, continuado e de equipe.

É um processo que transforma o conhecimento obtido, pelas pesquisas, numa tecnologia gerada, em benefício do cafeicultor. Esse programa tem oferecido diferentes opções de cultivares, criando alternativas, para adaptação desses materiais genéticos em variadas condições – de regiões, sistemas de cultivo e tipo de produtores. Nessa adaptação a Palma 3 é útil para áreas mais quentes e secas. Já, a Sabiá-una é uma alternativa ao Catucai amarelo, para produtores que possuem dificuldades de controle da ferrugem, por ser mais resistente à doença. A diversidade de material genético também no manejo da resistência à ferrugem.

Fonte: Procafé

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