Publicação que aborda a felicidade volta a listar a Finlândia no topo do ranking
Desde o primeiro World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade) em 2012, quatro países diferentes ocuparam a primeira posição: Dinamarca em 2012, 2013 e 2016, Suíça em 2015, Noruega em 2017 e agora Finlândia em 2018, 2019 e 2020. Com sua contínua tendência ascendente na pontuação média, a Finlândia consolidou sua posição em primeiro lugar e agora está significativamente à frente da Dinamarca, que ocupa o segundo lugar. Os demais países entre os dez primeiros são Suíça, Islândia, Noruega, Holanda, Suécia e Nova Zelândia, seguidos pelos recém-chegados ao topo do ranking, Luxemburgo e Áustria. O Brasil ficou na 32ª posição, em um total de 153 países.
“O Relatório Mundial da Felicidade provou ser uma ferramenta indispensável para os formuladores de políticas que procuram entender melhor o que faz as pessoas felizes e, assim, promover o bem-estar de seus cidadãos”, disse o professor Jeffrey Sachs, diretor da SDSN (Sustainable Development Solutions Network), iniciativa global da ONU que é responsável pela publicação. “Várias vezes, vemos que as razões para o bem-estar incluem boas redes de apoio social, confiança social, governos honestos, ambientes seguros e vidas saudáveis”.
Além do ranking dos países, o Relatório Mundial da Felicidade 2020, pela primeira vez, classifica as cidades do mundo pelo seu bem-estar subjetivo. Pode não ser surpresa, mas a cidade mais feliz do mundo é Helsinque, capital da Finlândia. De fato, o relatório mostra que, em geral, o ranking de felicidade das cidades é quase idêntico ao dos países em que estão localizados. A única cidade brasileira avaliada, São Paulo, ficou em 53º lugar entre 186 municípios considerados internacionalmente.
O relatório, em seguida, analisa mais profundamente como os ambientes social, urbano e natural se combinam para afetar nossa felicidade. Andar nos espaços verdes deixa as pessoas felizes – mas especialmente se estiverem com um amigo. “Um ambiente social feliz, urbano ou rural, é aquele em que as pessoas sentem um sentimento de pertencimento, onde confiam e desfrutam umas das outras e de suas instituições compartilhadas”, disse o professor John Helliwell, um dos co-editores do relatório. “Há também mais resiliência, porque a confiança compartilhada reduz o fardo das dificuldades e, portanto, diminui a desigualdade de bem-estar”.
As cidades claramente desempenham um papel importante no crescimento econômico e na interação humana. À medida que as populações continuam a passar das áreas rurais para as urbanas, sobrecarregando ainda mais os recursos e a infraestrutura, entender as fontes de felicidade se torna muito mais vital. O relatório não apenas examina cuidadosamente como a felicidade se compara entre as cidades em todo o mundo, mas também avalia como os habitantes urbanos felizes são comparados aos demais compatriotas.
“Geralmente, descobrimos que a felicidade média dos moradores da cidade é frequentemente mais alta do que a felicidade média da população geral do país, especialmente em países no extremo inferior do desenvolvimento econômico”, afirmou Jan-Emmanuel De Neve, co-editor da publicação. “Mas essa vantagem de felicidade urbana evapora e às vezes se torna negativa para cidades em países de alta renda, sugerindo que a busca pela felicidade pode muito bem ser mais proveitosa quando se procura morar em áreas mais rurais”.
“No momento, mais do que nunca, todos devemos estar conscientes da importância desse trabalho”, diz Andrea Illy, presidente da illycaffè. “Neste ano o Dia Internacional da Felicidade deve ser uma chance de lembrar o quanto devemos cuidar da felicidade de todos. Essa pandemia nos encontrou despreparados: meu desejo é de que o Relatório Mundial da Felicidade e seus autores possam ajudar a reconstruir nossas sociedades após a emergência devido ao Coronavírus, com suas recomendações pontuais. ”
O Relatório Mundial da Felicidade 2020, que classifica 156 países em como os cidadãos se sentem felizes, de acordo com as avaliações de suas próprias vidas, foi lançado na sexta-feira, 20 de março, para coincidir com o Dia Mundial da Felicidade.
Os 20 principais países mais felizes incluem:
1. Finlândia
2. Dinamarca
3. Suíça
4. Islândia
5. Noruega
6. Países Baixos / Holanda
7. Suécia
8. Nova Zelândia
9. Luxemburgo
10. Áustria
11. Canadá
12. Austrália
13. Reino Unido
14. Israel
15. Costa Rica
16. Irlanda
17. Alemanha
18. EUA
19. República Tcheca
20. Bélgica
Quatro dos seis fatores usados pelo relatório para explicar a felicidade de um país são aspectos diferentes do ambiente social. Eles incluem ter alguém com quem contar, um senso de liberdade para tomar decisões importantes da vida, generosidade e confiança. O relatório analisa como a desigualdade afeta a felicidade de uma pessoa e como os bons ambientes sociais podem ajudar a mitigar os efeitos da desigualdade.
“A desigualdade de felicidade reduz significativamente as avaliações médias de vida. Isso significa que as pessoas são mais felizes em viver em sociedades sem extrema disparidade na qualidade de vida”, disse o co-editor Richard Layard.
Outros fatores em nosso ambiente natural desempenham um fator significativo na determinação da felicidade. No nível nacional, o relatório analisa os níveis de poluição, clima e temperaturas. Além disso, usando um estudo mais íntimo, 13.000 voluntários em Londres foram questionados sobre seus estados emocionais, juntamente com dados ambientais. Esses dados variaram desde estar perto de cursos de água e espaços verdes, qualidade do ar e níveis de ruído e condições climáticas.
O World Happiness Report é uma publicação da Sustainable Development Solutions Network (Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável), alimentada por dados da Gallup World Poll e apoiada pelos parceiros Fundação Ernesto Illy; illycaffè; Grupo Davines; Fundação Blue Chip; Fundação William, Jeff e Jennifer Gross; e a maior marca de sorvetes da Unilever, a Wall’s.
O relatório é editado pelos professores John F. Helliwell, da Universidade da Colúmbia Britânica; Richard Layard, co-diretor do Programa de Bem-Estar no Center for Economic Performance da LSE; Jeffrey Sachs, diretor do SDSN e Centro de Desenvolvimento Sustentável do Earth Institute; e Jan-Emmanuel De Neve, Diretor do Centro de Pesquisa em Bem-Estar da Universidade de Oxford.
O Relatório Mundial da Felicidade 2020 inclui os seguintes capítulos:
Capítulo 1: Ambientes para a Felicidade: Uma Visão Geral (Helliwell, Layard, Sachs & De Neve)
Capítulo 2: Ambientes Sociais para a Felicidade no Mundo (Helliwell, Huang, Wang & Norton)
Classificação nacional das avaliações recentes da vida e suas alterações do período base de 2008-2012 para 2017-2019. As fontes desses níveis e mudanças são investigadas, com os seis fatores principais sendo complementados por uma análise de como a desigualdade de bem-estar está ligada a níveis médios mais baixos de felicidade. Em seguida, o capítulo se volta para mostrar a importância dos ambientes sociais, com ênfase especial na confiança e nas conexões sociais, e a capacidade da alta confiança para melhorar as avaliações de vida de todos, mas especialmente daqueles que estão em maior risco, diminuindo os custos de discriminação da saúde, desemprego, doença e baixa renda.
Capítulo 3: Cidades e Felicidade: Um Ranking e Análise Global (De Neve & Krekel)
Fornece um ranking de medidas de felicidade, incluindo avaliações de vida e medidas de afeto positivo e negativo para mais de 180 cidades globais para as quais há amostras de tamanho suficiente da Pesquisa Mundial Gallup.
Capítulo 4: Diferenciais de felicidade urbano-rural em todo o mundo (Burguer, Morrison, Hendriks & Hoogerbrugge)
Felicidade relativa da vida urbana e rural em todo o mundo, mostrando que os habitantes das cidades são geralmente mais felizes do que os habitantes rurais na maioria dos países, com essas vantagens sendo menores e às vezes revertidas em vários países mais ricos.
Capítulo 5: Ambientes naturais e construídos e felicidade (Krekel & MacKerron)
Examina como os diferentes aspectos do ambiente natural influenciam o bem-estar subjetivo. A primeira parte do capítulo faz isso usando dados ambientais naturais para os países da OCDE combinados com medidas de felicidade da Pesquisa Mundial Gallup, enquanto a segunda parte usa dados coletados de relatórios on-line de uma amostra de londrinos, vendo como suas emoções mudam com suas atividades e características do ambiente local.
Capítulo 6: Os ODS e o bem-estar humano (De Neve & Sachs)
Estuda as relações empíricas entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as medidas de felicidade da Pesquisa Mundial Gallup, principalmente as avaliações de vida que são o foco dos capítulos anteriores.
Capítulo 7: O excepcionalismo nórdico: O que explica por que os países nórdicos estão constantemente entre os mais felizes do mundo (Frank Martela, Bent Greve, Bo Rothstein & Juho Saari)
Descreve várias características da vida nos países nórdicos que ajudam a explicar por que as avaliações de vida nesses países são muito altas.
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