O mercado internacional de café teve mais um mês de pressão sobre as cotações.
Porto Alegre, 30 de agosto de 2019 – Os preços recuaram na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) refletindo a ampla oferta global. Além disso, a crise entre Estados Unidos e China, que não se resolve com um acordo, e a alta do dólar contra o real no Brasil pressionaram as cotações.
NY voltou a trabalhar abaixo da importante linha técnica e psicológica de US$ 1,00 a libra-peso. As amplas exportações brasileiras seguem pesando sobre os preços internacionais, trazendo sentimento de tranquilidade no abastecimento global. O Brasil embarcou volume recorde de café de 41,1 milhões de sacas em 2018/19 (julho/junho), segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). E teve desempenho histórico para julho, se encaminhando para embarcar mais de 3 milhões de sacas somente de café verde em agosto também.
O fato de ainda ser verão no Hemisfério Norte, quando se consomem menos bebidas quentes, também foi outro elemento baixista para o mercado em agosto. No final das contas, a demanda está tranquila com a oferta mundial, ainda mais em um período em que o consumo é arrefecido em grandes nações consumidoras, como países europeus e Estados Unidos.
No balanço mensal, em Nova York, o café arábica para dezembro caiu no mês de 103,30 centavos de dólar por libra-peso para 95,25 centavos nesta quinta-feira, de 29, acumulando perda de 7,8%. Em Londres, para novembro, o mercado caiu de US$ 1.367 para US$ 1.325 a tonelada, queda de 3,1%.
No Brasil, o ritmo de negócios seguiu compassado em agosto, diante do cenário desfavorável nas bolsas. No balanço mensal, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu de R$ 410,00 para R$ 405,00 a saca de 60 quilos. O dólar firme limitou o impacto baixista no mercado físico.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS