Para se ter o chamado café natural, o grão só é colhido depois de maduro. O sol tropical em pouco tempo faz com que a umidade da polpa se evapore e o fruto se torne enrugado e preto. Neste estágio, começa a colheita que consiste na retirada dos frutos que ficam no chão. Em seguida os trabalhadores mais jovens e as mulheres varrem, ensacam e encaminham para a beneficiadora.
As sementes são então espalhadas num pátio de cimento para secar e permanecem expostas ao sol durante pelo menos sete dias. Todas as noites, porém, são juntadas e cobertas com lonas para protegê-las do orvalho. A umidade nesta fase é prejudicial. Quando o café está totalmente seco, a película externa torna-se quebradiça e pode ser removida facilmente por uma máquina debulhadora.
Os frutos são separados de acordo com o tamanho e qualidade, em seguida são empacotados e encaminhados para a comercialização. O processo natural de seleção é usado quase que inteiramente no Brasil. Já o café lavado exige um manuseio totalmente diferente, como o nome sugere, uma verdadeira lavagem ocorre durante a secagem. Em vez de tirar os frutos secos dos galhos, como é feito com o natural, o café é apanhado individualmente, transportado para uma máquina de polpa, bastante similar à que processa as cerejas. Esta máquina remove a polpa, deixando o grão de café envolvido numa casca dura como o couro.
Os grãos são colocados em grandes tanques de cimento ou barris cheios de água, onde permanecem por até 30 horas. Durante a imersão, ocorre uma fermentação que muda o sabor, produzindo aquilo que se conhece como acidez. Depois que o processo de lavagem, o método de secar e debulhar é parecido com o do café natural. Na aparência, porém, o grão lavado muda completamente e fica totalmente diferente do café natural. (EP)