Como garantir que o café passou pelas etapas corretas e recebeu o tratamento correto até chegar ao consumidor final?
Você já parou pra pensar na longa jornada que o seu café percorre antes de chegar na xícara do consumidor final?
Plantio, tratos culturais, colheita, separação dos frutos, remoção da casca, secagem, armazenamento – ufa! Os longos processos cansam – e nós sabemos disso e temos certeza que você valoriza a importância de cada um deles.
Mas lembre-se: estes são apenas os processos que ocorrem dentro da sua fazenda. Antes de chegar ao seu consumidor final, ele ainda passa por várias etapas.
Então aqui entra um grande desafio:
Se fazer esta pergunta é tão importante quanto obter sua resposta. Afinal, não podemos esquecer que o café também é um alimento e, assim como qualquer outro vegetal que consumimos, está sujeito a modificações culturais e alterações no comportamento dos seus consumidores.
Hoje, a população está cada dia mais exigente em relação àquilo que ela consome. Buscam qualidade e, em grande parte das vezes, não se incomodam em pagar a mais pela certeza de consumir um produto que alcance seus padrões.
Para atingir estes consumidores, precisamos ser mais transparentes em relação ao processo produtivo e à qualidade do nosso produto. Para isso, trazemos dois conceitos extremamente importantes:
No final deste artigo irei apresentar um caso de sucesso, onde uma produtora conseguiu um valor agregado maior, fazendo uso da rastreabilidade do seu café, através de uma plataforma de gestão agrícola.
Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA):
"Rastreabilidade é a atitude de reencontrar o histórico, a utilização ou a localização de um produto qualquer por meio de identificação registrado” (Jank & Nassar (1998), citados por Spers, 2000). A rastreabilidade pode então ser definida como sendo o mecanismo que permite identificar a origem do produto, no caso de alimentos minimamente processados ou processados, desde o campo até o consumidor final, podendo este ter ou não passado por uma ou mais transformações"
Em resumo, um sistema de rastreabilidade permite ao consumidor/comprador, entender quais conjuntos de medidas foram tomadas na produção do café, garantindo e comprovando a origem da produção: de onde o café saiu, sua variedade e por quais etapas ele passou até chegar ao consumidor.
Essa exigência do mercado comprador deve ser encarada pelo produtor como uma oportunidade de melhorar seus processos internos de produção.
Criar etapas bem definidas, que possibilitem a replicação em próximas safras, e assim manter sua precisão de processos fazem com que a qualidade do café produzido seja maior a cada ano. Mas para isso, é preciso manter um controle de cada procedimento – que a rastreabilidade permite.
Além de ser um item obrigatório para as principais certificações e garantir a manutenção precisa dos processos, com ela, o produtor também se beneficia com:
Segurança alimentar é o conjunto de normas de produção e armazenamento do café, visando determinadas características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais, padronizadas, segundo as quais o café estaria adequado ao consumo, se enquadrando como Alimento Seguro ou Alimento Adequado ao Consumo. Em resumo: é um conjunto de regras que diz que o café está apito a ser consumido, sem expor o comprador a riscos de contaminações.
Estas regras são, até certo ponto, internacionalizadas, de modo que as relações entre os povos possam atender às necessidades comerciais e sanitárias.
Alegando esta razão, alguns países adotam "barreiras sanitárias" a matérias-primas agropecuárias e produtos alimentícios importados, reduzindo riscos à saúde e exposições a resquícios químicos.
Você sabia?
Uma normativa de Fevereiro de 2018, criada pela ANVISA, definiu os procedimentos para a aplicação da rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana. A normativa tem como objetivo o monitoramento e o controle de resíduos de agrotóxicos, em todo o território nacional, na forma desta Instrução Normativa Conjunta e dos seus Anexos I a III.
Apesar de a normativa ainda não impor que o café consumido no mercado interno seja rastreado, é algo que irá acontecer no curto espaço de.
Cabe então ao produtor já estar preparado e rastreando seus produtos para que, quando o momento chegar, ele não seja pego de surpresa.
Ler a normativa na integra
Os produtores Paulo Pereira e Mara Serafim, do Sítio São Sebastião, em Cachoeira de Minas MG, foram premiados no “1º Concurso de Cafés Raros e Surpreendentes da CooperRita”. O prêmio foi para a categoria cereja descascado, pela qualidade de seus cafés especiais, que abordam características físicas do grãos, origem, variedades e até preocupações de ordem ambiental e social.
O Sítio também foi reconhecido por sua gestão e pelos processos de rastreabilidade do café produzido.
A rastreabilidade permite que você monitore o movimento de produtos ao longo da cadeia de suprimentos, dando acesso à informações como histórico, localização e status dos itens.
Além de proporcionar conformidade com as exigências legais, esse recurso pode oferecer à sua empresa uma vantagem competitiva significativa devido aos dados gerados. Por exemplo, é possível usar esses dados para aumentar a proximidade com consumidores finais e parceiros para colaboração e melhorias contínuas.
Caso você queira entender ainda mais formas de melhorar a sua produção, você também pode fazer o download gratuito do e-book “Estratégias Para A Cafeicultura No Brasil” – um conteúdo rico trabalhado com 10 escritores especialistas.
Raphael Ivan CEO da eAgro