Em momentos como este, de incerteza e risco tão grande, o produtor que não conseguiu se prevenir dos riscos produzidos por um momento de baixa, fazendo vendas futuras e travas em outros momentos de alta, enfrenta grandes dificuldades para obter bons resul
No momento de baixa, com o café sendo negociado, na data de publicação deste artigo, a aproximadamente R$ 406,00, chegando em alguns locais, como em Lajinha-MG a R$ 397,00, fica muito difícil um produtor de pequena e média produção, ganhar dinheiro.
Em momentos como este, de incerteza e risco tão grande, o produtor que não conseguiu se prevenir dos riscos produzidos por um momento de baixa, fazendo vendas futuras e travas em outros momentos de alta, enfrenta grandes dificuldades para obter bons resultados.
Este se torna então um momento de seleção, onde somente os mais preparados irão sobreviver. Segundo um fechamento de custo médio realizado pela eAgro Gestão Agrícola, em fazendas produtoras de café, na bienalidade das safras de 2016-2017 e 2017-2018, o custo operacional médio (COE) para se produzir uma saca de café ficou em R$ 355,22.
Como podemos entender, a margem do produtor ficou muito pequena, quando não fica em prejuízo. Por isso, no atual cenário não é hora de buscar milagres, é hora de ser eficiente e enxugar despesas de forma inteligente, pensando na sobrevivência do negócio agrícola.
Para sobreviver em um mercado de desvalorização tão alta, é preciso focar todas as forças na eficiência operacional, atuando fortemente nos controles dos gastos e na redução dos custos de produção. É hora de o produtor ter uma visão estratégica, uma visão de guerrilha, entendendo que apenas os mais preparados sobreviverão.
É preciso olhar para sua operação, fazer uma análise física e financeira sobre o que ele possui de recursos disponíveis, o que ele precisar realizar e onde é possível despesas que não irão impactar na sua produção.
Não vejo com bons olhos, querer cortar em tratos culturais, pois isso impactará na produção em um possível momento de alta.
O primeiro passo é reunir todas as informações sobre seu custo de produção e despesas extras com a operação, sem essas informações, qualquer decisão poderá ser tomada sem os devidos cuidados.
Em momentos de baixa, alguns produtores optam por trabalhar com safra zero. Este procedimento significa realizar uma esqueletação, parcial ou total, de certas áreas de produção com o objetivo de reduzir a entrada destas partes, reduzindo os custos até a necessidade de colheita e varrição.
Essa técnica tem se mostrado muito eficaz, uma vez que o produto reduz seus custos na safra e se beneficia de uma produção maior, no ano seguinte.
Mas cuidado! Antes de pensar em aderir a esta técnica, é preciso estar ciente de seus impactos. O principal deles é a falta de parte da produção no ano da poda. Para fazê-la de forma correta o ideal é a realização de uma análise financeira sobre o seu potencial capital antes de aderir.
Outra forma de se proteger em momentos de baixa, é realizar algumas vendas futuras, garantindo vendas em valores elevados e também se protegendo para um momento de incerteza.
O mercado do café tende a se reajustar, assim como fez por várias vezes, voltando ao seu patamar médio nas próximas 2 safras, respeitando ciclos históricos do café tipo 6. Até lá, o produtor deve se ater a sobreviver na operação.
Um ditado muito comum no mundo dos negócios, que cabe bem para esse momento é: "Empresas que lucram pouco, não quebram."
Raphael Ivan – CEO eAgro