Contratos de mais curto prazo voltaram a operar acima de US$ 1 em Nova York, em meio a preocupações com efeitos do clima sobre a colheita
03/06/2019 O clima nas regiões produtoras de café do Brasil, maior produtor mundial, mexeu com o mercado da commodity, avaliam especialistas e representantes da cadeia produtiva. Segundo ele, chuvas em regiões produtoras do país têm prejudicado a colheita em ano de ciclo baixo para o arábica. A última semana foi de alta para as cotações na Bolsa de Nova York, que voltaram a superar a barreira de US$ 1 por libra-peso nos contratos de prazo mais curto.
Na sexta-feira (31/5), o vencimento para julho de 2019 fechou cotado a US$ 1,0460 por libra-peso, uma valorização de 225 pontos (US$ 0,0225). Para setembro 2019, alta de 240 pontos (US$ 0,0240), a US$ 1,0710 por libra. Também subindo, os contratos para dezembro de 2019 e março de 2020 ajustaram para US$ 1,1065 e US$ 1,1410, respectivamente. “A chegada do período de frio sobre os cafezais do sudeste brasileiro e a dificuldade em encontrar bons volumes de arábica de boa qualidade neste final de ano-safra brasileiro, levaram a mais uma semana de alta”, avalia o Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), em boletim semanal de mercado.
O Conselho Nacional do Café (CNC) faz avaliação semelhante. No seu balanço semanal, a entidade explica que o “mercado climático” levou a uma cobertura de posições na bolsa, com os fundos reduzindo posição vendida, quando apostam em uma baixa das cotações na bolsa. Em menor escala, houve influência de uma desvalorização do dólar, que, no Brasil, chegou a R$ 3,92 na sexta-feira (31/5).
“Com a ocorrência de precipitações atípicas nesta época do ano e o risco de geada, o mercado segue monitorando o clima no Brasil para avaliar a possibilidade de perda de qualidade dos cafés, que pode ser ocasionada pela umidade e pela queda dos frutos ao chão.”, diz o CNC, em boletim.
Mercado interno
O movimento internacional refletiu no mercado interno. Segundo o Escritório Carvalhaes, lotes de arábica de boa qualidade foram disputados, impulsionando as cotações ao longo da semana. Na porta do armazém, um cereja descascado bem preparado podia ser encontrado por até R$ 450 a saca de 60 quilos. Um fino ou extrafino produzido na região da Mogiana Paulista, a R$ 430. E uma bebida dura, de xícaras mais fracas, chegava a até R$ 390.
Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também indicam valorização. O do café arábica, com base no Estado de São Paulo, subiu 6,64% entre os dias 27 e 31 de maio. A cotação passou de R$ 391,77 para R$ 417,80 a saca. O robusta, referenciado no Espírito Santo, registrou movimento semelhante, com alta de 5,13% no período e a cotação passando de R$ 284,71 para R$ 299,33.
“No mercado físico, as cotações do café foram impulsionadas pela evolução internacional, mas os negócios seguem calmos, com produtores aguardando preços melhores”, pontua o Conselho Nacional do Café, em boletim.
Fonte : Globo Rural