Saiba como alcançar um café com qualidade de exportação

Com alta procura pelo café brasileiro, produtores devem se atentar ao manejo para atender às demandas dos importadores

13 de março de 2019 | Sem comentários Comércio Empresas

O valor agregado e a diversificação de mercados estão entre os principais benefícios para o agricultor que exporta o seu café. Em 2018, mais de 35 milhões sacas do produto foram embarcadas pelo país, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Alcançar qualidade para tanto, porém, exige do produtor uma série de cuidados que vão desde a escolha de um local ideal de plantio até o pós-colheita.

Entre as características buscadas pelos importadores está o café de alta pontuação. “Essa pontuação é uma análise sensorial, na qual são avaliados dez fatores, entre eles doçura, acidez e textura da bebida. A pontuação vai de zero a cem, quanto maior o valor, maior o diferencial. Valores superiores a 85 pontos já mostram um café de excelente qualidade, que pode ser destinado para exportação”, explica o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico especializado em hortifrúti e café da Alltech Crop Science.

Outro requisito básico é o uso de produtos que não agridam o meio ambiente e que sejam seguros para o produtor, complementa o gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Mário Ferraz de Araújo. “Deve-se respeitar as normas em vigência no Brasil e nos países compradores, envolvendo a área trabalhista e social também.”, explica. Segundo Araújo, mais de 80% do café produzido na região de atuação da cooperativa (Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo – SP) é apropriado para exportação.

Em São Sebastião do Paraíso (MG), João Carlos Pieroni, além de consultor, é cafeicultor há 25 anos e tem foco na produção do grão para exportação. No manejo aplicado em sua lavoura, prioriza o uso de tecnologias naturais e sustentáveis. “Minha fazenda é certificada, então ganhamos bastante ponto com isso”, destaca. Ao longo do processo produtivo, o cafeicultor utiliza um conjunto de soluções à base de nutrientes como cobre, cálcio, magnésio, boro e aminoácidos. Entre os resultados positivos observados estão melhor pegamento dos frutos, enchimento e qualidade dos grãos.

Revoredo afirma que outro ponto que merece atenção do produtor é a manutenção da parte aérea, mantendo-a sempre saudável para que a planta consiga produzir mais energia e, consequentemente, se desenvolva melhor, gerando reserva de energia para ser direcionada para os frutos. Toda essa composição vai influenciar na qualidade”, complementa. Vale ressaltar ainda os cuidados na colheita do fruto – que deve ocorrer na fase cereja -, assim como a atenção no pós-colheita, durante o processamento, a secagem e o armazenamento dos frutos.

O gerente de Controle de Qualidade da Cooxupé, Francisco Donizete da Cruz, afirma que o mercado consumidor vem evoluindo bastante. “A Cooxupé exporta para cerca de 40 países, sendo que cada um deles possui suas exigências específicas, existindo diferença, inclusive, dentro da própria região. Cada país tem um tipo de exigência conforme o hábito de consumo do cliente final deles”, complementa. Por isso, a cooperativa oferece auxílio técnico durante o manejo e no controle da qualidade da produção, contando com um sistema automatizado que aciona o agrônomo da área de atuação em que o lote apresentou algum problema.

Dicas do especialista

Entre as dicas do gerente técnico da Alltech Crop Science para produção de um café com qualidade de exportação, está o uso de duas soluções naturais. A primeira indicação é o Copper Crop, fertilizante mineral misto à base de cobre, que visa fornecer o nutriente de maneira equilibrada e com qualidade. “O cobre é um elemento que participa de várias funções fisiológicas da planta, principalmente as ligadas à fotossíntese e à respiração. Sendo assim, ela consegue gerar mais energia, o que vai resultar na melhor formação de frutos e grãos”, afirma. Outra solução indicada pelo engenheiro agrônomo é o Bulk, fertilizante organomineral Classe A composto de Potássio e aminoácidos que auxiliam no desenvolvimento da planta e no transporte de carboidratos das folhas para os frutos de maneira equilibrada. “Esse produto está diretamente relacionado a qualidade final da bebida”.

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