Café terá 2019 com tendência de pressão por oferta tranquila

O ano de 2018 no mercado de café foi marcado por pressão sobre as cotações diante de uma oferta abundante, com tranquilidade no abastecimento global.

5 de janeiro de 2019 | Sem comentários Cotações Mercado

Porto Alegre, 4 de janeiro de 2019 – Pois, 2019 começa com uma tendência de manutenção desse cenário, o que deve seguir trazendo pressão sobre as cotações nas bolsas de futuros e no mercado doméstico.

Para o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o ano de 2019 será ainda complicado em termos de preços. Destaca que estamos diante de uma safra recorde mundial. Em 2019, o Brasil terá uma safra de ciclo baixo produtivo dentro da bienalidade, depois de uma produção recorde em 2018. Entretanto, ainda será uma safra relativamente boa, com o clima favorável até o momento.

“Teremos um abastecimento ainda tranquilo”, ressalta. Um fator importante é que há um cenário de desaceleração da economia mundial, que pode afetar as transações comerciais e atingir os mercados de commodities como o café. No campo da política, no Brasil, ainda será um ano de ajustes.

No que tange à atividade do cafeicultor, 2019 será um ano desafiador, destaca Barabach. Os preços do café deverão seguir com margens apertadas. Assim, o produtor deverá seguir atento às volatilidades. “O cafeicultor vai ter de estar mais atento as suas margens”, salienta.

Com o Brasil devendo ainda colher uma safra boa em 2019, e com outras origens com sólidas produções colhidas ao final de 2018 e com perspectivas de crescimento para o próximo ano, não há como se fugir de um cenário de boa oferta mundial e de cotações sob pressão. Para 2018/19, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trabalha com uma produção mundial recorde de 174,5 milhões de sacas, com crescimento de 9,8% contra 2017/18. O consumo deve crescer só 2,1%, chegando a 163,6 milhões de sacas. Assim, há um superávit na oferta global de 10,45 milhões de sacas.

A época agora é de disponibilidade favorável ao comprador e assim os preços são afetados. Justifica-se Nova York seguir lutando para o arábica ficar acima da linha de US$ 1,00 a libra-peso. Sendo que, no primeiro pregão de 2019, o preço fechou abaixo dessa linha, em 99,50 centavos de dólar.

“Os preços só devem subir com uma quebra de safra”, adverte Barabach. Essa quebra poderia vir no Brasil, caso o clima seja desfavorável à granação nestes primeiros meses de 2019.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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