Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
Refrigerante, café, salgadinhos, chocolates ou até livro. Os produtos que podem ser comprados em máquinas de venda automática ficam cada vez mais variados e, assim, o mercado das chamadas vending machines cresce cada vez mais. De acordo com a ABVA (Associação Brasileira de Vendas Automáticas), o setor movimentou cerca de US$ 200 milhões em 2005. E para 2006, é projetado um crescimento de 20%.
No Brasil, existem 50 mil máquinas de vendas automáticas. Dessas, 6,5 mil estão no Grande ABC. E embora hajam muitas máquinas em locais públicos em geral, a grande maioria está dentro das empresas.
“No começo, o mercado de vendas automáticas se focava bastante nos lugares públicos. Haviam várias máquinas na avenida Paulista, ao lado de bancas de jornal, por exemplo”, conta o diretor da ABVA, Cláudio Malamud. “Naquele período, tateando o mercado, vimos que não era ali o nosso nicho de lucratividade. As máquinas tinham bastante visibilidade, mas o que dava mais retorno eram as vending machines que ficavam dentro das empresas, servindo funcionários”, conta.
Isso não quer dizer que seja descartável a colocação de máquinas em lugares públicos. “Temos uma participação muito grande no metrô e dentro de hospitais. Esses locais dão retorno muito bom”, diz Malamud.
Um exemplo é o hospital Beneficência Portuguesa de Santo André. Lá existem três máquinas que oferecem salgados, biscoitos, bebidas quentes e frias. Mas eles não são abertos ao público. “Esses produtos são reservados aos pacientes que submeteram a um jejum prolongado por causa de um exame, por exemplo”, explica Janice Conceição de Oliveira, do departamento de Vendas e Marketing do Hospital Beneficência Portuguesa.
As máquinas do Beneficência não aceitam dinheiro. Os pacientes recebem gratuitamente fichas que depositam nas vending machines para retirar os produtos escolhidos. Segundo Janice, é uma alternativa ao que é oferecido em outros hospitais: uma bandeja de biscoitos e alimentos feitos pela própria equipe do local. “É muito mais prático e existe maior variedade. Além do alimento manter a qualidade por ficar melhor condicionado.”
Evolução – “O setor começou com máquinas de refrigerante e fichas – não aceitava dinheiro. Tinha de haver sempre algum funcionário por perto para vender as fichinhas”, conta o diretor. “Nós saímos da fichinha arcaica para as notas de R$ 1 e depois expandimos para as de R$ 5, R$ 10, e assim por diante”, conta Malamud. Segundo ele, a tendência do setor é evoluir ainda mais nesse quesito. “Existem estudos e desenvolvimento de produtos que aceitam pagamento por cartão de crédito e até via celular”, diz.