O reflexo da pausa que incrementaria os custos de uma pauta longa de mercadorias importadas da China é um presente de Natal antecipado aos mercados que devem celebrar subindo nas próximas sessões.
O mês de novembro foi bastante volátil para os ativos de risco, tendo as bolsas de ações oscilado fortemente às expectativas das eleições americanas, prognósticos sobre o risco de um arrefecimento (e até recessão) americana, e finalmente encerrando com o encontro das vinte maiores economias do planeta em Buenos Aires.
No sábado o presidente Donald Trump e o primeiro-ministro Xi Jinping decretaram uma trégua na guerra-comercial entre os seus países durante um jantar na Argentina, postergando em noventa dias o aumento de tarifas que iniciariam em 1 de janeiro de 2019.
O reflexo da pausa que incrementaria os custos de uma pauta longa de mercadorias importadas da China é um presente de Natal antecipado aos mercados que devem celebrar subindo nas próximas sessões.
O índice CRB, que negociou no pior patamar desde agosto de 2017, deve também mostrar alguma recuperação. Dentre os componentes da cesta de commodities, o petróleo, a gasolina e o óleo de aquecimento cederam entre 18% e 20% nos últimos trinta dias, enquanto o gás natural subiu incríveis 45% refletindo a chegada do clima frio no hemisfério norte e a implosão de um fundo de investimento que apostava na direção contrária.
O café arábica não conseguiu se manter acima de US$ 110 centavos por libra, perdendo suporte na semana após o Real tocar R$ 3.94 e atraindo fundos técnicos na venda diante da fraqueza do gráfico.
O robusta também foi pressionado, mas em menor escala, e arbitragem entres as duas variedades de café volta para próximo de US$ 35 centavos por libra.
Revisões de safras pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tem estado no radar dos traders, com números não muito distantes do que os participantes vem considerando há algum tempo.
Notícias de excesso de chuvas na principal origem reverberam preocupações com broca para a próxima safra e também com relação à qualidade diante das várias floradas para os mesmos cafezais.
Do lado do consumo, respeitados institutos de pesquisa sinalizam um crescimento saudável, ao redor dos 2% de ano a ano, mundialmente falando, gerando uma necessidade de preços sustentáveis para no longo-prazo manter o abastecimento.
O período atual é de maior fluxo entre os suaves e o robusta do Vietnã.
Os diferenciais de uma maneira geral se mantêm bem firmes, incluindo para os naturais, com boa procura nos mercados-disponíveis para qualidades que tenham descontos atrativos.
O fluxo de negócios deve diminuir com a aproximação das festas natalinas e de ano novo, salvo um rally em Nova Iorque que venha alargar o basis na reposição.
O dólar americano perdendo força, ou principalmente o Real firmando, pode afugentar novas vendas no terminal, o qual deve encontrar um maior apetite de compra dos comerciais a partir dos atuais patamares de preço.
O medo dos participantes é de os fundos resolverem ficar tão vendidos como vimos em setembro, entretanto na época tinha com um dos fatores a estratégia dos especuladores em diminuir um pouco da exposição comprada na energia usando alguma softs, o que agora não é o caso diante do desmanche das posições.
Nova Iorque parece estar exagerando um pouco, mas deve respeitar os US$ 105.00 centavos por libra e voltar a se manter entre US$ 110.00 e US$ 120.00 centavos no médio-prazo.
Uma ótima semana e bons negócios a todos.