A torrefadora de café especiais Café do Centro – que tem entre os seus clientes estrelas como restaurante D.O.M, em São Paulo – preferiu abrir sua rede de cafeterias do outro lado do mundo para não correr o risco de melindrar seus fregueses no Brasil. A empresa, que pertence ao grupo agroindustrial Branco Peres, associou-se a investidores japoneses e abriu no último fim de semana um café próximo ao Palácio Imperial, em Tóquio.
A meta é chegar a 50 ou 60 lojas no Japão dentro de oito anos, afirma Rodrigo Branco Peres, sócio-diretor do Café do Centro, que nem cogita abrir uma cafeteria no Brasil, onde a Café do Centro fornece para 2,5 mil estabelecimentos. Ele planeja abrir cafés na Coréia e na China.
No Japão, a empresa brasileira terá concorrentes de peso, como a rede americana Starbucks, que irá desembarcar no Brasil em 2007, e uma rede de cafeterias local chamada Mister Coffee. O mercado japonês, porém, é reluzente. Além da elevada renda per capita, o Japão possui um vasto público aberto a novidades. O consumo de café expresso cresce a taxas de 20% ao ano.
Em vez de escolher uma marca para a cafeteria que soasse familiar aos asiáticos, Branco Peres manteve o nome Café do Centro em português . “Há um interesse muito grande pelo Brasil no Japão”, diz o executivo, que também venderá cachaça e pão de queijo.
A empresa, porém, incluiu no cardápio japonês três tipos de frapês gelados a base de café. Um dos campeões de vendas da Starbucks é o “frapuccino”, uma bebida fria. Assim como os americanos, os japoneses também gostam de consumir bebidas frias a base de café.
Os brasileiros ainda não têm esse hábito, mas Branco Peres acredita que os café frios entrarão na moda em breve no Brasil, principalmente com a chegada da Starbucks. A Café do Centro lançou no mercado brasileiro há seis meses a sua primeira bebida frapê.
A cafeteria de Tóquio ocupa 100 metros quadrados. “Para os japoneses, é uma loja enorme”, diz Branco Peres.