Experimentos conduzidos pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura buscam avaliar o benefício da fertirrigação no cafeeiro, uma área em grande expansão, principalmente em Minas Gerais.
A fertirrigação é uma técnica de adubação que consiste na aplicação de fertilizantes por meio da água de irrigação. O modelo tem sido muito utilizado, principalmente em lavouras perenes como de laranja e café. A adubação na cafeicultura influencia diretamente no crescimento e vigor da planta, na interferência de doenças, na produção de fotoassimilados e para corrigir deficiência de nutrientes no solo.
Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), diversos experimentos têm sido conduzidos pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura para avaliar o benefício da fertirrigação no cafeeiro, uma área em grande expansão, principalmente em Minas Gerais. O doutorando Thales Barcelos Resende explica a importância da adubação correta para a lavoura: “o produtor muitas vezes faz economias com relação à adubação pensando em gastos diretos, mas ele não reflete sobre o retorno que vai ter na sua lavoura caso utilize a técnica, ou seja, lavouras mal adubadas e mal manejadas com as relações nutricionais podem causar a mortalidade da planta”.
Em sua pesquisa, Thales avalia a resposta do cafeeiro a diferentes níveis de adubação de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) em quantidades recomendadas em Minas Gerais, sendo: 10%, 40%, 70%, 100%, 130% e 160%, simulando situações que acontecem no campo. “A cada oito plantas é realizado um tratamento. Observamos a influência tanto da adubação deficiente quanto da super adubação na lavoura podada”.
O doutorando explica que o estudo teve início em agosto de 2015, após a recepa do cafeeiro – uma poda drástica que deve ser feita em último caso. Foram realizados 12 parcelamentos de adubações mensais por meio da fertirrigação, proporcionando maior eficiência dos fertilizantes. “Nesse experimento conseguimos observar diferenças de produção para ver a resposta da planta à poda, avaliar o crescimento vegetativo, e outros índices como anatomia, fisiologia, produtividade e até a qualidade da bebida”.
Apesar de ainda não ter dados concretos de sua pesquisa, Thales relata que visivelmente é possível notar que as plantas que tiveram menos adubação sofreram mais. “Podemos presumir, por meio de resultados prévios deste trabalho, que esse incremento na adubação vai gerar um custo benefício melhor para o produtor. Apesar de apresentar um custo de implantação alto, traz diversos benefícios como acelerar o ciclo dos nutrientes utilizados e diminuir o custo da mão de obra rural, já que é necessária apenas uma pessoa responsável por separar o fertilizante, colocar na bomba e posteriormente abrir o registro".
Diversos experimentos com a fertiirrigação no cafeeiro já foram realizados na UFLA. Em 2010, foram iniciados estudos com o intuito de quantificar perdas de produtividade em relação aos níveis de adubação como forma de contribuir com informações seguras, racionais e econômicas para orientar os produtores rurais a produzirem de forma sustentável.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Dcom/Fapemig
Edição do Vídeo: Alberto Moura – bolsista Dcom/Fapemig