Café cai por 7 sessões seguidas na Bolsa de NY

Porto Alegre, 17 de agosto de 2018 – A semana foi de perdas no mercado internacional do café. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza a comercialização no mundo, até esta quinta-feira (16 de agosto) o mercado contabilizava sete sessões seguidas de perdas. A bolsa registra as cotações mais baixas da história dos contratos vigentes e vai testando o “fundo do poço”.

A preocupação com a crise financeira na Turquia prejudicou os mercados, fez o dólar subir contra outras moedas, e o café também foi negativamente contaminado. Mas, afora isso, os fundamentos seguem baixistas. O Brasil vai chegando ao final da colheita de uma safra recorde, e outras origens, como Vietnã e Colômbia, sinalizam para boas safras futuras. Assim, há tranquilidade no abastecimento global e as cotações vão pouco a pouco cedendo nas bolsas de futuros.

No balanço da semana, o contrato dezembro do arábica em NY até esta quinta-feira caiu de 110,05 para 105,35 centavos de dólar por libra-peso, acumulando uma desvalorização de 4,3% no período. Em Londres, o robusta no contrato novembro recuou de US$ 1.638 para US$ 1.596 a tonelada, acumulando baixa de 2,6%.

No mercado físico brasileiro de café, a semana foi travada na comercialização, diante do cenário externo desfavorável. A postura defensiva dos vendedores, que só vendem conforme a necessidade imediata de caixa, e a alta do dólar limitaram o efeito baixista das perdas nas bolsas. O dólar, da última sexta-feira (10 de agosto) até esta quinta-feira, subiu de R$ 3,864 para R$ 3,906, acumulando alta de 1,1%.

No balanço da semana, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais até subiu de R$ 415,00 para R$ 420,00 a saca de 60 quilos. Já o conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, avançou de R$ 310,00 para R$ 315,00 a saca.

Colheita

A colheita de café da safra brasileira 2018/19 foi indicada em 88% até 14 de agosto. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra. Na semana passada, o índice estava em 82%.

Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2018, de 60,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 53,14 milhões de sacas até o dia 14 de agosto. Em igual período do ano passado, a colheita estava em 91%, e na média dos últimos 5 anos para o período em 86%.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS