Principais entidades do agro definem Plano de Estado – Brasil 2030, que conta com as propostas do setor que serão entregues aos candidatos à Presidência
CONSELHO DO AGRO — Na quinta-feira, 14, participamos da 14ª Reunião do Conselho das Entidades do Setor Agropecuário – Conselho do Agro, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Entre outros pontos, debatemos os itens que comporão a versão final do documento Plano de Estado – Brasil 2030, com base em levantamentos técnicos da Embrapa e da proposta de política agrícola do Ministério da Agricultura, para ser encaminhado aos candidatos à Presidência da República como propostas do setor até 2030.
O trabalho vem sendo desenvolvido sobre seis eixos: (i) fundamentos; (ii) mercado; (iii) inovação; (iv) sustentabilidade; (v) governança; e (vi) imagem. O presidente do CNC, deputado Silas Brasileiro, entende que esse documento é um projeto de extrema relevância para a formulação das políticas dos futuros candidatos, permitindo que as necessidades do agro do Brasil possam ser atendidas e contribuam para o seu crescimento de forma sustentável.
No que se refere aos fundamentos, as principais entidades do setor no País voltam a atenção para 'Cenários do Agro face à demanda global 2030', 'Macroeconomia e Reformas' e 'Segurança Jurídica'. Competição Internacional e Logística, envolvendo transporte e armazenagem, são os focos relacionados a mercado, ao passo que o eixo inovação apresentará propostas vinculadas a tecnologia e inovação no agro, indústria, defesa agropecuária e gestão.
Em relação à sustentabilidade, as propostas foram elaboradas considerando os sistemas de produção no País e a agroenergia. Já a governança foi edificada sobre associativismo e cooperativismo e políticas agrícola e agrária. Consideramos que o material que vem sendo finalizado é construído sobre um pilar muito robusto e que proporcionará ao Brasil se consolidar como a principal potência do agro internacional, à medida que transmitiremos à população mundial a imagem de que o agronegócio é de todos.
Acreditamos, ainda, que esse documento, embasado técnica e cientificamente, servirá para o convencimento da importância do agro na política nacional, seja na geração de empregos ou no superávit da balança comercial, focando no que vamos produzir até 2030, diante dos desafios de como escoar essa produção com a precariedade das estradas e a deficiência portuária, diante da burocracia existente, a conquista de novos mercados e a legislação trabalhista, ambiental e fiscal, sem uma revisão responsável que não penalize o setor.
Entendemos, por fim, que as entidades do agro brasileiro criaram uma visão conjuntural da atualidade e traçaram um diagnóstico, com norte e metas, de maneira que os temas abrangidos sirvam de estratégias para alcançarmos os objetivos de longo prazo e de forma sustentável, transformando-nos no campeão mundial da segurança alimentar, à medida que o setor conte com garantias de financiamento e seguro agrícola.
MERCADO — Os contratos futuros do café encerram a semana com tendência baixista, em pregões marcados por pouca volatilidade. Antes do início do período de notificação de entrega do vencimento julho/18 na ICE US, observa-se que as rolagens de posição vão findando.
O vencimento setembro/18 do café arábica negociado na Bolsa de Nova York acumulou perdas de 155 pontos na semana, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,1795 por libra-peso. Já na ICE Futures Europe, o vencimento setembro do café robusta foi negociado a US$ 1.701 por tonelada, com recuo semanal de US$ 11.
A força do dólar no exterior, como reflexo de uma economia mais forte nos Estados Unidos após o Federal Reserve (Fed) ter elevado os juros, prejudicou o desempenho das commodities.
A divisa foi impulsionada, também, por indicadores acima do esperado nos EUA, como as vendas no varejo, e pelo fato de a CNBC divulgar que o governo de Donald Trump deve impor tarifas a uma lista de 800 a 900 produtos chineses.
No Brasil, a moeda acompanhou o desempenho internacional e se valorizou em 2,8%, encerrando a sessão de quinta-feira a R$ 3,8119. Segundo analistas, os players estão verificando qual a força do Banco Central ao ‘peitar’ o mercado com suas intervenções. Por ora, a oferta de swaps é intensa e a impressão passada é que tem sido suficiente para controlar a cotação, mas não há certeza se esse cenário permanecerá.
Em relação ao clima, uma frente fria causou chuva e ventania no Paraná e se encontra situada no Sudeste, porém sem risco para o cinturão cafeeiro da Região, segundo a Somar Meteorologia. O serviço informa que esse sistema trouxe chuva para São Paulo e Sul de Minas Gerais, mas em pequenos volumes.
A Somar também comunica que a ocorrência de precipitações permanecerá em todas as áreas produtoras do Sudeste. Entre hoje e domingo, uma massa de ar polar que acompanha a frente fria derruba as temperaturas, mas, como há existência de muitas nuvens, não há risco de geadas nas regiões produtoras.
No mercado físico, com a força do dólar, os preços dos cafés arábica e robusta não seguiram o desempenho internacional e subiram. Para a primeira variedade, como a moeda americana oscilou bastante, os agentes ficaram distantes do spot e os negócios ficaram lentos. Já para o conilon notou-se uma leve melhora na liquidez, com vendedores mais ativos.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 465,92/saca e a R$ 342,21/saca, registrando valorizações de 1,4% e 1,8% respectivamente.