Segundo o CeCafé, foram emitidos 1,78 milhão de certificados de exportação em maio, abaixo dos 2,324 milhões de igual mês de 2017.
Embora a paralisação dos caminhoneiros tenha afetado a emissão de certificados de exportação e os embarques de café nos portos brasileiros, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Nelson Carvalhaes, mantém a estimativa de que as exportações brasileiras do grão no ano-safra 2017/18 (que se encerra em junho) somarão entre 30 milhões e 31 milhões de sacas. No ciclo anterior, foram 33,1 milhões de sacas.
Segundo o CeCafé, foram emitidos 1,78 milhão de certificados de exportação em maio, abaixo dos 2,324 milhões de igual mês de 2017. Os embarques efetivos, por sua vez, somaram 1,373 milhão de sacas em maio, ante 1,813 milhão de sacas de maio do ano passado.
Ainda que os atrasos nos embarques signifiquem custos portuários e logísticos maiores, Carvalhaes observou que não deve haver queda na exportação de café. Isso porque os volumes que deixaram de ser embarcados em maio o serão em junho e nos meses seguintes. “Há atrasos, mas o café não deixa de ser exportado”, afirmou. “A greve atrasou o momento de embarque, mas as vendas já estavam realizadas”, acrescentou.
Segundo ele, a greve dos caminhoneiros não é a principal razão para os números menores em maio. A paralisação agravou o quadro, mas o que explica a queda, antes de mais nada, é a menor oferta de café devido ao período de entressafra e aos baixos estoques do grão no país.
Carvalhaes também segue otimista em relação as exportações na próxima safra, a 2018/19, que se inicia em julho. Com a maior produção esperada no ciclo – 58,04 milhões de sacas, segundo a Conab -, a previsão do CeCafé é que as exportações fiquem entre 35 milhões e 36 milhões de sacas de café.Ele ponderou que a recuperação não deve acontecer já em julho, no início do novo ciclo.
Isso porque há um pequeno atraso nas colheitas de café conilon e arábica. Além disso, o produtor está mais capitalizado após anos de preços bons e não há pressa para a comercialização.Considerando o ano civil, a previsão do CeCafé é que as exportações brasileiras de café somem entre 32 milhões e 33 milhões de sacas em 2018, acima das 30,9 milhões do ano passado, quando a safra foi de bienalidade negativa.
Se o volume estimado de exportações de café este ano se concretizar e o consumo doméstico seguir na casa das 22 milhões de sacas, Carvalhaes avalia que o Brasil poderá elevar sua fatia no mercado global. No ano que passou, a participação do país foi de 32,5%, considerando um consumo mundial de 159,5 milhões de sacas, estimado pela Organização Internacional do Café (OIC).
O país chegou a ter 36% do mercado em 2015.Neste ano, levando em conta a projeção da OIC de crescimento de 1,5% a 2% no consumo global, para 162 milhões de sacas, o Brasil pode alcançar 34% do total, segundo o CeCafé. “Para manter a atual participação num mercado que cresce de 1,5% a 2% ao ano, o Brasil terá de produzir 68 milhões a 70 milhões de sacas em dez anos”, disse Carvalhaes.
(Valor Econômico – SP – 01/06)