Cafés especiais caem no gosto do brasileiro e impulsionam negócios

Nos últimos anos seu mercado tem passado por mudanças, privilegiando os chamados cafés especiais, de maior qualidade e sabor e aroma intensos.

9 de abril de 2018 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Gabriela Medrado*

Seja no café da manhã, após as refeições ou durante reuniões de trabalho, a boa e velha xícara de café é indispensável para a maioria dos brasileiros. A bebida, que será celebrada no próximo sábado, 14 de abril, no Dia Mundial do Café, é paixão nacional. E nos últimos anos seu mercado tem passado por mudanças, privilegiando os chamados cafés especiais, de maior qualidade e sabor e aroma intensos.


Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), em pesquisa encomendada da Euromonitor, o mercado de cafés especiais ainda é pequeno em relação ao café tradicional, que ocupa 92% das vendas, mas cresce cerca de 15% a cada ano, enquanto o mercado de cafés como um todo cresce apenas 3,5% a 3,6% por ano.


Esse tipo de produto tem caído no gosto do público, com blends que misturam grãos de diferentes tipos e pela pureza do café, que passa por controles de qualidade rigorosos. “Os cafés especiais resultam do uso de grãos produzidos e colhidos de maneira cuidadosa. Eles têm sabor e acidez equilibrados, são naturalmente doces, sem necessidade de açúcar, e têm aroma intenso”, explica Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic.


Na produção desses cafés estão passos como a seleção manual dos grãos, o controle de temperatura na secagem e, posteriormente, na torra, e a seleção de grãos de diferentes tipos, criando combinações únicas. Tudo isso impacta no preço do produto. Nathan conta que nos supermercados de São Paulo, a Abic observou uma média de preços de R$ 60 para um quilo de café especial, três vezes mais que um café comum.


A vez das cafeterias


A maior parte do consumo é fora do lar, em cafeterias especializadas, as chamadas “coffee shops”. É o caso da Malakoff Café, em Recife, que resolveu inovar apostando no “rodízio de café”. A novidade passa a funcionar a partir do dia 14, comemorando o dia Mundial do Café. Por R$ 15,90, o cliente pode experimentar cafés com diferentes tipos de grão e cerca de 20  métodos de extração diferentes. Os profissionais vão explicar sobre cada café e método, numa espécie de degustação guiada.


“Foi uma solução que juntou duas de nossas necessidades: por um lado estamos educando os clientes, formando público para esse novo mercado de cafés especiais, e por outro aumentamos nosso tíquete médio, sem perder o foco no café”, conta Alan Cavalcanti, sócio do Malakoff junto a sua esposa, Tallita Marques.


A degustação também é parte importante do negócio no Lucca Cafés Especiais. A loja de Salvador existe desde 2011 e foi uma das primeiras na cidade a trazer uma proposta focada em cafés diferenciados. Fruto de uma parceria com a empresa de mesmo nome localizada em Curitiba, a loja traz uma seleção de cafés premiados de todo o país.


Adriana Munford é sócia da loja junto com a mãe, Maria Angélica Munford, que também possui dois outros cafés que trabalham com cafés comuns. Adriana conta que servir os cafés especiais demanda uma série de cuidados. “As pessoas vêm aqui pela qualidade, e ela não está só no grão, tudo conta. A forma de preparação, a qualidade da louça, a forma de extração, a temperatura”, conta. A loja trabalha com oito variedades de café por vez, de microtorras limitadas.


Lojas de produtores


Uma tendência crescente no setor de cafés especiais é que os próprios produtores passem a se especializar em outras etapas da cadeia, criando suas próprias torrefações e cafeterias.  A Latitude 13, loja e cafeteria localizada em Salvador, foi fruto de uma união entre as fazendas Aranquan e Progresso, ambas na Chapada Diamantina.


Após mais de 20 anos trabalhando com exportações, os produtores quiseram se aproximar do público baiano e mostrar a qualidade do café da Chapada, elogiado internacionalmente. No estabelecimento, os clientes podem conhecer melhor todas as etapas que levam o café até sua mesa.


“Temos uma torra artesanal, que usamos aos domingos para o público ver como o processo é feito na fazenda. Também temos grãos naturais e despolpados puros, e o cliente  pode criar seu próprio blend”, conta Juleilda Allegro, sócia da Latitude 13.


*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló


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