Apesar das diversas previsões sobre o fim da sacaria de juta na exportação de café, a embalagem continua sendo amplamente utilizada
Todo o ano é a mesma história. Novas tecnologias chegam ao mercado de embalagens para grãos de café prometendo ser a sensação e aposentar o tradicional saco de juta. Algum tempo depois o burburinho passa, a tecnologia some e o saco de juta continua sendo um dos mais utilizados pelos exportadores de café.
Por que, depois de tantas décadas, a juta continua sendo uma das principais embalagens utilizadas por produtores e exportadores de café? Veja 10 motivos que explicam porque a juta é tão importante para o mercado:
Regula a umidade
Confeccionada com uma fibra natural, a sacaria de juta funciona como um regulador da umidade do café, à medida que pode tanto absorver parte da umidade do grão quando o ambiente está excessivamente úmido, como pode ter sua umidade natural absorvida pelo mesmo, quando o ambiente está seco, evitando o ressecamento do produto e perda de valor do produto.
Preserva o aroma e o sabor do café
A maior proteção ao grão permite que, mesmo armazenado por um longo período, o café preserve seu aroma e sabor, garantindo uma bebida de alta qualidade na xícara do consumidor e mais rentabilidade para o produtor.
Empilhamento e armazenamento
O saco de juta pode ser empilhado com segurança e o que permite o melhor aproveitamento das áreas de armazenagem.
Controle de lotes
É possível fazer pequenos furos no saco sem rasgá-lo para colheita de amostras, o que facilita a segregação de tipos de grãos diversos e o controle de diferentes lotes de café.
Ideal para produtos orgânicos
O processo de produção do saco de juta é completamente livre de hidrocarbonetos, o que o torna indicado para embalar cafés orgânicos e especiais já que não há risco de interferir no aroma do produto.
Adequado às normas internacionais
Por ser a embalagem mais tradicional, sacaria de juta segue comprovadamente todos os requisitos estabelecidos pela Organização Internacional do Café e pela Norma Européia 767, de acordo com o IJO Standard 98/01 para sacos de grau alimentício (Food Grade).
Indicado pelas maiores instituições
A Green Coffee Association (GCA), organização que representa comerciantes de café, investidores e seguradoras do mercado cafeeiro nos EUA, alertou recentemente sobre o risco da utilização de embalagens confeccionadas com fibras sintéticas, pois não permitem detectar a umidade nos grãos de café. Segundo as regras contratuais da GCA, os sacos precisam ser confeccionados com materiais naturais como juta.
Biodegradável e ecológico
Graças a sua composição natural da planta e ao processo de fabricação que utiliza apenas óleos vegetais, o saco de juta é 100% biodegradável, ou seja, quando descartado se decompõe rapidamente sem deixar resíduos ou danos no meio ambiente. Isso significa um menor custo de descarte das embalagens recebidas para os compradores no exterior.
Sustentável
A produção nacional de juta é toda realizada na Amazônia. Cerca de 15 mil famílias de ribeirinhos têm na cultura uma alternativa de renda a atividades que agridem a floresta como a caça e a pesca ilegais. Esses fatores fazem com que importadores em países desenvolvidos pressionem os exportadores para despachar o café em sacos de juta.
Padronização internacional
Segundos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de café em 2016 atingiu 51,37 milhões de sacas. Já o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) diz que no ano passado o país exportou 34,26 milhões de sacas. Isso mesmo, sacas ao invés de quilos! A sacaria de juta é a medida internacional no mercado cafeeiro mundial.