Boletim semanal Carvalhaes comenta abertura de floradas e efeito no mercado

Acompanhe abaixo o do Escritório Carvalhaes, comentando o comportamento do mercado de café nesta
última semana:

16 de outubro de 2017 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Porto Alegre, 16 de outubro de 2017 – “Depois das chuvas da semana passada, as floradas abriram nos cafezais do
sudeste brasileiro e aconteceu o que antecipamos em nosso boletim semanal de
sexta-feira passada.

Lá já prevíamos: “como boa parte dos cafezais perdeu um considerável
volume de folhas com a seca e calor, as flores aparecerão melhor e darão um
belo espetáculo para os fotógrafos. Apenas o espetáculo será bonito. Como os
cafeeiros estão debilitados e com menos folhas que o normal, parte da florada
será perdida”. No final da tarde de terça-feira e no decorrer da
quarta-feira, os smartphones de todos que trabalham no setor de café foram
inundados por fotos de cafezais em flor das mais variadas regiões brasileiras.

É só ampliar as fotos e verificar que quanto mais bonita estiver, com as
flores brancas sobressaindo, menos folhas o cafeeiro tem. Certamente parte da
florada será perdida, mas teremos de aguardar até o final de fevereiro para
uma estimativa mais realista de nossa safra de café 2018/2019. Os produtores
já se conscientizaram que não teremos uma safra recorde.

As fotos impressionaram operadores de mercado fora do Brasil, sempre atrás
de lucros em curto prazo e o resultado foi uma baixa de 420 pontos em Nova
Iorque na quarta-feira, auge do “bombardeio” de fotos. Ontem (quinta-feira,
12 de outubro), feriado nacional no Brasil, a queda foi de 45 pontos e nesta
sexta-feira (13) as cotações voltaram para o campo positivo, com 10 pontos de
alta.

Os cafeicultores brasileiros ficaram felizes com a abertura da florada, com
o espetáculo, mas não se entusiasmaram, sabem o que os espera nos próximos
meses. Nos últimos anos o uso dos smartphones e das redes sociais se tornaram
mais uma ferramenta de uso diário para os agricultores e agora eles recebem e
trocam informações em seus grupos de whatsapp, no facebook, no instagram, etc,
e se informam rapidamente sobre tudo que acontece nas mais diversas regiões
produtoras de café do Brasil. Assim, as fotos não impressionaram os produtores
e quem esperava que as fotos levassem os produtores a intensificarem suas
vendas, já percebeu seu engano. A qualidade dos programas de tradução de
texto avança com bastante rapidez e não demorará muito para que as trocas de
informações se internacionalizem.

Abrir uma florada nos cafezais depois das primeiras chuvas da primavera é
natural e não uma surpresa. A surpresa da semana, a notícia surpreendente para
os negócios de café, foi a divulgação pelo CECAFÉ – Conselho dos
Exportadores de Café do Brasil, das exportações brasileiras de café em
setembro último. Elas caíram em relação a agosto! O natural é ao
contrário. O ano-safra brasileiro começa em primeiro de julho e todos os anos
os volumes de café exportados pelo Brasil vão crescendo mês a mês a partir
de julho e normalmente atingem os maiores números em novembro e dezembro.

O que preocupa mais é que os embarques dos primeiros meses de nossos
“anos-safra” contêm os lotes recebidos das vendas físicas para entrega
futura. Essas entregas praticamente já terminaram e poderão ainda contribuir
com os embarques de outubro. Daí para frente nossos embarques dependerão
apenas do dia a dia do mercado físico.

Em termos de ano civil (janeiro a dezembro), este ano dificilmente
alcançaremos 30 milhões de sacas embarcadas. Para chegarmos a 30 milhões
teremos de embarcar em média 3 milhões de sacas por mês nos últimos três
meses do ano, o que não será fácil. Esta semana, com a queda de 420 pontos em
Nova Iorque na quarta-feira e o feriado nacional quinta-feira, o mercado
físico brasileiro de café permaneceu paralisado, praticamente sem negócios.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no
último mês de setembro foram embarcadas 2.299.066 sacas de 60 kg de café,
aproximadamente 25 % (768.429 sacas) menos que no mesmo mês de 2016 e 12 %
(297.549 sacas) menos que no último mês de agosto. Foram 2.021.189 sacas de
café arábica e 22.299 sacas de café conilon, totalizando 2.043.488 sacas de
café verde, que somadas a 254.209 sacas de solúvel e 1.369 sacas de torrado,
totalizaram 2.299.066 sacas de café embarcadas.

Até dia 6, os embarques de setembro estavam em 324.754 sacas de café
arábica, 2.440 sacas de café conilon, mais 27.124 sacas de café solúvel,
totalizando 354.318 sacas embarcadas, contra 306.879 sacas no mesmo dia de
agosto. Até o mesmo dia 6, os pedidos de emissão de certificados de origem
para embarque em setembro totalizavam 682.633 sacas, contra 502.880 sacas no
mesmo dia do mês anterior.

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