A agricultora Maria Selma Magalhães Paiva e seu marido Afrânio José Ferreira Paiva, donos da fazenda Recanto, no município de Machado, no sul de Minas Gerais, são produtores de café há dez anos.
O aniversário de uma década é emblemático. Os cafés com certificados têm se tornado um nicho de mercado cada vez mais promissor no País. Isso porque o consumidor vem reconhecendo o esforço por trás das certificações, pagando mais pelo produto. Um quilo de café especial pode custar até R$ 100, enquanto o máximo para o grão commodity são cerca de R$ 25. Sem contar que a quantidade de cafeterias tem crescido continuamente. Hoje, o País possui cerca de 3,5 mil casas. O mercado externo também tem sido generoso. No primeiro semestre deste ano já foram 2,2 milhões sacas, sendo os principais destinos os Estados Unidos, a Alemanha, a Bélgica, a Itália e o Japão.
Na Recanto, de 440 hectares, dos quais o café está em 170 hectares, a certificação é feita pela americana Rainforest Alliance, organização com sede em Nova York e que atua em cerca de 70 países. A fazenda colheu em 2016 seis mil sacas do grão, mantendo o ritmo de crescimento. Na safra anterior foram 5,7 mil sacas e nesta safra a previsão são 6,1 mil sacas. “Nós estamos conseguindo manter uma produtividade média de 38 sacas por hectare há oito anos”, afirma Maria Selma. O desempenho é espetacular. A média brasileira é de 25 sacas por hectare. “Nosso café tem boa liquidez, qualidade e um histórico de mercado.” Por causa dos cuidados com o cultivo, o casal obteve um ganho extra de R$ 20 por saca.
Assim, a receita do ano passado foi de R$ 3,2 milhões, ante 2,9 milhões em 2015. Maria Selma diz que os desafios de produzir café são grandes. Para ela, o maior deles e o custo de produção em função da topografia acidentada da propriedade. Apenas 60% da propriedade é mecanizada, o que levou o custo da safra passada para R$ 390 por saca produzida, valor equivalente a 40% de uma saca do grão. Na década, a família já investiu cerca de R$ 500 mil para tornar a fazenda sustentável. Usaram o dinheiro para construir corredores ecológicos, por exemplo, e também em uma torrefação. “Ter uma fazenda com práticas sustentáveis abre as portas para um mercado maior e mais valorizado”, afirma Afrânio.
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Fonte: Dinheiro Rural