Congresso de Agroecologia 2017 – agroecologia na transformação dos sistemas agroalimentares na América Latina

Mais de 2.500 trabalhos de 20 países foram submetidos ao Congresso de Agroecologia.

9 de setembro de 2017 | Sem comentários Agenda & Eventos Mais Café

Discutir o bem viver é o grande tema dos eventos de agroecologia que serão realizados na próxima semana em Brasília. Para desenvolver os princípios da Agroecologia é necessário buscar conhecimentos clássicos e experiências bem sucedidas com o objetivo de trazer o bem viver para a sociedade. “Nós que trabalhamos com esse tema buscamos os conhecimentos enraizados nos povos e comunidades tradicionais que construíram sistemas agroalimentares sustentáveis. A partir de memórias brasileiras e latino-americanas” assim Irene Maria Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) define o tema do congresso.

O VI Congresso Latino-Americano de Agroecologia, o X Congresso Brasileiro de Agroecologia e o V Seminário de Agroecologia do DF e Entorno tem como tema central “Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”, e acontece na próxima semana entre os dias 12 a 15 (terça a sexta-feira).Contará com a participação de aproximadamente 4000 participantes inscritos no congresso e público bastante diverso entre pesquisadores, técnicos, agricultores, integrantes de movimentos sociais, povos tradicionais, estudantes e agentes do governo e vários países da América Latina, Europa, América do Norte.


Durante os quatro dias, os participantes terão a oportunidade de aprofundar e conhecer sobre os princípios da Agroecologia e sua aplicação prática em temas importantes para a sociedade como água, Sociobiodiversidade, saúde, alimentação entre outros, destaca a presidente do Congresso e pesquisadora da Embrapa, Mariane Vidal. 

Além disso, esses eventos irão potencializar os processos participativos e de amplo diálogo entre sociedade civil, academia e poder público; fortalecer as redes e teias de agroecologia; dar visibilidade às experiências agroecológicas da América Latina; contribuir para a construção do conhecimento de base agroecológica e para os avanços teóricos, práticos e políticos. Dentro da programação do Congresso, serão realizados painéis, mesas-redondas, plenárias, oficinas,  rodas de conversa,  apresentação de trabalhos, feira de produtos, feira de troca de sementes, caminhos do saber, atividades culturais, visitas técnicas, mostra de filmes – cine agroecologia, noite de lançamentos de livros, editais, revistas,  entre outras. A programação completa encontra-se disponível em www.agroecologia2017.com.



Apresentação de trabalhos

Mais de 2.500 trabalhos de 20 países foram submetidos ao Congresso de Agroecologia. Desses, 2.225 foram aprovados para apresentação oral e na forma de pôsteres. Uma inovação desse congresso são os relatos de experiências populares com 92 experiências de agricultores de diversas regiões do Brasil e de países da América Latina.

No site do Congresso já é possível consultar os trabalhos científicos, relatos de experiências técnicas e populares que foram aprovados e suas metodologias de apresentação. No total, serão cerca de 500 apresentações orais (em sala, rodas de conversa ou em diálogos) e 1.700 por meio de pôsteres.

Segundo o vice coordenador do Congresso e coordenador do programa de Agroecologia da Emater-DF, Roberto Guimarães Carneiro, a maior parte dos trabalhos inscritos são do Brasil, mas também há participação de países como Argentina, México, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Holanda, Ilhas Maurício, São Cristóvão e Neves e Benin. “Isso enriquece o conteúdo científico e as experiências a serem compartilhadas no Congresso”, diz.

O Congresso traz outras inovações, destaca Mariane, como por exemplo a relatoria colaborativa on line no blog disponível no site https://relatosagroecologia2017.itbio3.org. O objetivo é dar visibilidade e facilitar o amplo acesso ao conhecimento produzido ao longo do evento, de forma simples, participativa e ágil.  Para isto, será possível a participação dos congressistas na confecção da memória das atividades, por meio dos comentários no blog e assim, de forma colaborativa, será possível registrar a riqueza dos diferentes olhares e aprendizados.


Aberta ao público
“É uma edição muito popular e que terá grande parte de sua programação aberta ao público em espaços como a Feira Agroecológica e da Sociobiodiversidade, apresentações culturais e os caminhos do Saber”, salienta Mariane Vidal.  A estrutura da feira contará com 80 bancas que representarão os seis biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Os expositores são compostos por agricultores familiares oriundos da reforma agrária, povos indígenas e comunidades tradicionais. A coordenadora da feira, Denise Barbosa, compara a feira à própria capital brasileira. “Brasília não é a mistura do Brasil? Na feira a gente vai ter essa mistura de gente, de povos, de comunidades, de diferentes produções da área rural, e mostrando que em todas essas categorias, a agroecologia está lá, atuando, e que cada vez mais a gente consegue ganhar adeptos.”
A programação cultural acontecerá na praça de alimentação durante os almoços agroecológicos e a partir das 18h. Bandas, grupos e manifestações culturais estarão presentes. Outro espaço aberto a população são os Caminhos do Saberes. “Criamos espaços para que as pessoas que não estarão inscritas no Congresso também possam participar da construção e troca de conhecimentos no tema da agroecologia”, conta Mariane. Serão nove temáticas dentro dos caminhos do saber: Juventude – Agroecologia para Que(m)?, Alimentação Saudável, Água, Saúde, Sociobiodiversidade, Tecnologias Sociais, Sustentabilidade e Educação, Casa da Reforma Agrária e Agricultura Urbana e Periurbana.  Além de poder visitar a casa da reforma agrária que contará a história da reforma agrária no Brasil e a Escola da Natureza (parque da cidade) que debaterá o tema Agricultura urbana e periurbana.


Toda essa programação está no Congresso de Agroecologia 2017 que é promovido pela Sociedade Científica Latino-americana de Agroecologia (SOCLA) e Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) e organizados em Brasília por uma comissão formada por representantes da Embrapa, Universidade de Brasília,  EmaterDF, Secretarias de Estado do GDF (Seagri e Sedestmidh), IBRAM e ISPN. Conta com o apoio de vários ministérios, organizações e movimentos sociais. O evento é patrocinado por BNDES, Itaipu Binacional e Fundação Banco do Brasil. Acompanhe as novidades www.agroecologia2017.com e nos perfis do facebook e instagram.

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