Bayer CropScience tem pendentes 30% dos pagamentos do ano passado |
31/05 14:46 – DCI |
Cerca de 30% das vendas de defensivos para as culturas de grãos realizadas no ano passado pela Bayer CropScience , segunda maior empresa do setor no País, ainda não foram quitadas, informa o gerente de marketing da empresa, Gerhard Bohne. Segundo o executivo, os débitos estão em negociação com os produtores e devem ser liquidados ainda este ano. “Esta é a realidade de todo segmento de defensivos e a Bayer CropScience também está neste patamar”, admitiu Bohne, durante o lançamento de um novo fungicida da empresa, ontem em Paulínia (SP). Em 2005, a Bayer CropScience registrou queda de 27% nas vendas de defensivos, encerrando o ano com R$ 1,7 bilhão em caixa. O diretor de relações institucionais, Peter Ahlgrimm, afirmou que a crise no setor de grãos comprometeu a capacidade de financiamento do setor. “Hoje, a indústria atingiu a capacidade limite de concessão de novos créditos. Se o agricultor não paga, o negócio fica inviável”, disse. Ahlgrimm acrescentou que a empresa vai definir sua política de concessão de financiamentos só depois de junho, quando vencem as últimas vendas no ano passado. Vai esperar também a implementação das medidas de ajuda à agricultura, anunciadas na semana passada, e aguardar a definição dos bancos quanto aos refinanciamentos. Mas o executivo adiantou que as novas propostas de créditos serão analisadas caso a caso. O auge das vendas de defensivos vão de agosto a novembro. Otimismo Apesar de reconhecer as dificuldades do setor agrícola, a empresa acredita que a crise é um fato pontual. Segundo Bohne, o bom desempenho de outros segmentos, como citros, cana-de-açúcar e café, tem amenizado as perdas da empresa, cuja metade dos negócios vem da comercialização de produtos voltados para sojicultura. Mesmo assim, a empresa continua investindo no segmento. Acaba de lançar Nativo, um fungicida desenvolvido especialmente para a região Cento-Oeste, que combate Ferrugem e as chamadas Doenças de Fim de Ciclo (DFC) na soja. A empresa não dá detalhes sobre o valor do investimento, mas afirma que o desenvolvimento de cada uma das moléculas que compõe o produto custa, em média, 200 milhões de euros. O lançamento sinaliza uma mudança de estratégia de comercialização da empresa, de oferecer soluções customizadas aos produtores. “A Bayer já oferece outras soluções para a ferrugem. O Nativo é mais uma opção e não vai substituir nenhum item do nosso portfólio”, esclarece Bohne. |