Segundo operadores, os torrefadores com padrões mais rigorosos de qualidade dos grãos estão rejeitando as entregas.
Grandes compradores europeus de cafés, como a Nestlé, estão tendo problemas para obter suprimentos de grãos robusta premium após as fortes chuvas no Vietnã no ano passado, que causaram estragos nos cultivos do maior produtor mundial desse tipo de café.
Segundo operadores, os torrefadores com padrões mais rigorosos de qualidade dos grãos estão rejeitando as entregas. Os grãos de café estão mofados e amargos, pois molharam com as fortes chuvas durante a colheita, época em que os produtores colocam os frutos para secar.
Este ano tem sido mais difícil de obter grãos por causa do declínio de quase 20% na produção do Vietnã, bem como uma segunda colheita pobre no Brasil, o segundo maior produtor mundial de robusta.
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Ainda de acordo com os operadores, a Nestlé, maior fabricante de café do mundo, tem sido particularmente afetada, já que também tinha se comprometido a comprar café que cumpre voluntariamente com o Código Comum para a Comunidade Cafeeira (4C). A empresa poderia recorrer a fontes alternativas, mas poucos países cultivam os grãos requeridos.
Embora o padrão 4C seja uma referência amplamente utilizada, apenas 29% – 2,6 milhões de toneladas ou 43,3 milhões de sacas em 2015, de acordo a Plataforma Global Café – dos grãos cultivados globalmente cumprem com a especificação da Nestlé, sendo grande parte do robusta 4C Vietnamita.
A maior parte do 4C é de café arábica, comumente usado em misturas premium de países como Brasil e Colômbia. A Indonésia, terceiro maior produtor de robusta do mundo, cultiva um pouco de 4C, mas a sua qualidade é muitas vezes inferior do que a exigida pela Nestlé.
Por enquanto, os problemas de qualidade afetaram principalmente as empresas que compram visando a qualidade. Espera-se que os grãos rejeitados pela Nestlé encontrem compradores e não sofram descontos nos preços.
As informações são da Reuters / Tradução por Juliana Santin