Ameaça de importação de café do Vietnã serve para unir produtores de conilon do Brasil
Produtores manifestam contra a importação de café no extremo sul da Bahia em Itapeba, Foto: Endrigo
Na terça-feira (21), foram os cafeicultores de Rondônia que paralisaram a BR 364 em Rolim de Moura, que ficou sem tráfego durante boa parte do dia. Quarta-feira (22) foi a vez dos cafeicultores do extremo sul da Bahia e do Espirito Santo mostrarem a união da classe, a BR 101 foi bloqueada em quatro locais, na Bahia em Itamaraju, no Espirito Santo foram três municípios, Jaguaré; Jacupemba, distrito de Aracruz; e em Pedro Canário.
Conscientização, durante a paralisação, foi entregue panfletos que explicava os prejuízos da importação de café, a má qualidade do café do Vietnã, a falta de leis trabalhistas e ambientais no país e os riscos fitossanitários que colocariam em risco toda a produção nacional e consequentemente afetariam a economia de todos os municípios que dependem da cafeicultura, no caso do Espirito Santo (80%).
Na foto Manifestação na BR 101 em Água Limpa, Espirito Santo. Foto Marcelo/Rede Social
No Espirito Santo participaram das manifestações quase dois mil produtores, com cerca de 130 tratores e equipamentos agrícolas, dados dos organizadores. A paralisação terminou no início da tarde após cerca de seis horas de duração, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O movimento continua mobilizado
“Desde a noite de terça-feira o Temer já havia suspendido a reunião da Camex. Porém ainda não foi definido se haverá ou não a importação. Enquanto não sair uma resposta definitiva de que não haverá importação, nós estaremos organizados para fazer novas manifestações. A gente vê como positivo o que vem ocorrendo, mas ainda não foi resolvido. Precisamos que isso seja formalizado para tocarmos a vida, enquanto não for, estaremos a postos”, enfatiza uma liderança.
“O setor produtivo fez sua parte, mostrando sua indignação ao tema importação! Foi um movimento visto em quatro estados da federação, e até certo ponto ordeiro e pacífico. O jogo político foi ganho, mas a guerra do mercado e dos preços ainda está começando” avaliou Marcus Magalhães.
Na foto Manifestação na BR 364 em Rolim de Moura, Rondônia. Foto Rolnews/Rede Social