O deputado estadual Silvano Amaral (PMDB), um dos grandes apoiadores da plantação do café clonal em Mato Grosso, saiu otimista de uma reunião com o secretário de Estado de Agricultura Familiar, Suelme Evangelista, após a informação de que o projeto ‘Pró-Café’ será executado ainda este ano. A previsão é de que o projeto saia do papel ainda no primeiro semestre de 2017. O valor total de investimento para o primeiro ano do projeto é de R$ 1,225 milhão. Desse total, meio milhão de reais é oriundo de uma emenda parlamentar de autoria do deputado Silvano.
O plantio do clonal é a mais nova aposta de produtores rurais e a expectativa gira em torno da colheita, que pode ser rentável, uma vez que ela é estimada no dobro. Isto é, enquanto se colhe 70 sacas do café tradicional, com base em um hectare de terra (10.000 m²), o café clonal poderá render até 150 sacas
Para Silvano, um projeto ousado que promete mudar a vida de muitos cultivadores de café em Mato Grosso. “Desde que assumi (cargo) na Assembleia Legislativa, tenho me dedicado ao pequeno produtor, buscando saber mais sobre o clonal e agora saber que já está para sair do papel é uma grande vitória. Muitos cafeicultores aguardam ansiosos para começar o cultivo do clonal. Mato Grosso é um estado de terra fértil e, sem dúvida, o retorno do plantio será significativo. Bom para o estado, bom para o produtor, bom para o consumidor”, considerou Amaral.
O Pró-Café prevê atendimento a 50 pequenos cafeicultores em cada um dos 10 municípios selecionados pelas secretarias municipais de Agricultura. São eles: Colniza, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Alta Floresta, Carlinda, Rondolândia, Aripuanã, Juína, Nova Monte Verde e Tangará da Serra. De acordo com o secretário, a Seaf contratará uma empresa de consultoria que acompanhará de perto as ações e resultados alcançados.
As cidades, segundo o secretário Suelme, receberão 1 mil mudas de café clonal, assistência técnica ‘in loco’, insumos, ou seja, fertilizante e calcário, além de orientação com cursos técnicos, em parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Empresa Mato-grossense de Pesquisa , Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), Empresa de Pesquisa Brasileira e Agropecuária (Embrapa) e prefeituras.
“O intuito desse projeto é aumentar a renda do homem do campo e o café clonal possibilita isso, porque a colheita é satisfatória, tem qualidade e se torna muito mais rentável para quem planta. Com isso, melhora a renda do trabalhador rural. Qualidade de vida é o nosso foco”, destacou Suelme, durante a reunião realizada na Assembleia Legislativa.
CAFÉ CLONAL
O café clonal, ou café conilon, como também é chamado, por ser uma espécie mais rústica, possui algumas vantagens sobre o café tradicional. Possui mais resistência a doenças e pragas, maior tolerância à temperatura mais elevada – que é o caso de Mato Grosso, onde os termômetros já registraram 49°C – e a deficiência hídrica.
Além disso, o clonal possui maior teor de cafeína e sólidos solúveis, características importantes para a indústria de café solúvel. Outra vantagem do café clonal é a elevada produtividade, que, dependendo do material genético, chega a produzir até três vezes mais que o café tradicional.
A produtividade média do clonal pode variar conforme o nível de tecnologia adotado pelo agricultor. O custo da produção em algumas fases supera o do café tradicional, observada a aquisição de mudas clonais e as podas necessárias durante a condução na lavoura.
Pró-Café – O Programa de Revitalização da Cafeicultura no Estado de Mato Grosso (Pró-Café Mato Grosso) é desenvolvido pelo Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Rondônia e Embrapa agrossilvipastoril) e prefeituras municipais.
O Pró-Café tem como objetivo fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do café nas regiões norte e noroeste do estado como alternativa sustentável de geração de renda para conter o desmatamento nos municípios.