“O ministro Blairo Maggi, parece que esqueceu que ele é o ministro da agricultura, e representa os produtores rurais, afirma liderança.”
O estado do Espirito Santo, maior produtor nacional de conilon, com 56.169 propriedades produtoras de café, empregando diretamente na produção de café 330.000 pessoas. Depois de enfrentar uma avalanche de lama da Samarco, sofrer com problemas climáticos, seca e má distribuição de chuvas por três anos consecutivos, enfrentar uma crise na segurança pública com greve da polícia militar, o maior produtor de café conilon do país, pode ainda sofrer um duro golpe com a liberação da importação de café conilon.
Mesmo reconhecendo que o Brasil pode vir a importar café, de países que tem o custo de produção menor, até mesmo em função de não terem leis trabalhistas e exigências ambientais como os produtores brasileiros são obrigados a cumprir, a equipe técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), deu o parecer favorável a importação de café.
Para pesquisador, todos perdem
Todos perdem, segundo pesquisador com pós-doutorado em melhoramento genético, a importação de café verde prejudica e desestimula a produção nacional, além de importar dezenas de pragas e doenças conhecidas e desconhecidas, além de novos biótipos de doenças que quebram a resistência das cultivares resistentes, que gastamos dezenas de anos para criar. Prejudicam os consumidores, a agricultura, o negócio café e o governo nos aspectos responsabilidade e credibilidade.
Atitude do governo brasileiro pode estimular produção de café conilon em outros países
Na contra mão do pensamento do governo brasileiro, segundo o site Antara News, o Ministério da Agricultura da Indonésia, acaba de anunciar que estará estimulando e alocando Rp 35,5 bilhões (US$ 2,66 milhões) de seu orçamento para o plantio de novas áreas e na melhoria de plantas de café robusta em uma área de 4.900 ha em 22 distritos, espalhados por nove províncias da Indonésia. Sendo que a produção de robusta da Indonésia, nos últimos cinco anos, experimentou um crescimento real de cerca de 1,29 toneladas por ano. “O estimulo visa aumentar a produtividade de plantio e a produção nacional de café, disse o diretor-geral de plantações do órgão, Ir. Bambang MM.”
Segundo uma liderança dos produtores brasileiros, consultada pela reportagem da Cafeicultura, ao invés de liberar a importação de café, o Ministro Blairo Maggi poderia criar um programa de incentivo para a renovação das lavouras de conilon e até mesmo a expansão e consolidação de novas áreas como o litoral sul da Bahia, onde o conilon tem apresentado um bom desempenho. “Falta vontade, o ministro Blairo Maggi, parece que esqueceu que ele é o ministro da agricultura, e representa os produtores rurais, afirma liderança”.
Ministro da agricultura Blairo Maggi, diz que não pode permitir que indústria do solúvel quebre, é indústria do solúvel, tem o maior incremento de exportações dos últimos 25 anos.
Mesmo alegando redução de matéria prima, de janeiro a dezembro de 2016, às exportações brasileiras de café solúvel, extratos e concentrados alcançaram o volume recorde de 88.326 mil toneladas, equivalentes a cerca de 3.828.092 milhões de sacas de 60 kg, implicando crescimento de 7,81% em relação a igual período de 2015. Na comparação com 2014, o incremento é ainda maior, de 10,68%, o maior registrado nos últimos 25 anos, dados da ABICs.
A receita cambial obtida, pela indústria do solúvel, com os embarques somaram cerca de US$ 596.974.164 milhões, e, mesmo com a apreciação do real frente ao dólar, apresentou aumento de 3,14% quando também comparadas aos valores de 2015.
Os produtos freeze dried ou liofilizados, que possuem preços maiores por serem feitos a partir de um processo mais elaborado, que exige equipamentos de alta tecnologia e elevados investimentos, também bateram recorde no volume exportado, com crescimento de 17% sobre 2015. Esse tipo de produto de solúvel é o que mais cresce no consumo mundial, com níveis anuais superiores a 6% nos últimos cinco anos, os dados constam do Relatório do Café Solúvel do Brasil, fevereiro de 2017, elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Solúvel (ABICs).
Mesmo alcançando volume recorde, diretor de vendas de exportação da Cacique, maior exportadora brasileira de café solúvel, Pedro Guimarães Fernandes, disse à Reuters, em janeiro (30), que a crise de oferta de robusta do Brasil está “muito séria”, e a indústria de café solúvel está sofrendo com uma acentuada redução na produção de robusta devido a dois anos de seca no Espírito Santo, maior Estado produtor da variedade.
Segundo representante da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Cooabriel), a cooperativa tem 400 mil sacas de café conilon para venda e não tem comprador. “No Espírito Santo tem dezenas de comerciantes com café, em oferta sem comprador, e nos próximos meses, o produtor começa a colher a nova safra, não justifica importar em plena safra, ressalta”.
Levantamento da Conab indica recuperação da produção de conilon em 2017
A produção brasileira de café conilon, segundo dados do ultimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa 20% do total, cerca de 9,63 milhões de sacas, com crescimento previsto de até 20,5% em relação à safra 2016. Esse resultado se deve, sobretudo, à recuperação da produtividade nos estados da Bahia e de Rondônia, bem como ao maior uso de tecnologias. Indicando que os produtores estão fazendo o dever de casa, com a recuperação de parte do potencial de produtividade, chegando até a 23,78 sacas por hectare, um ganho de até 26,5%.