Da Reportagem
Com a correria provocada pelo dia-a-dia da vida moderna, o brasileiro acabou incorporando algumas novidades em seu cardápio pessoal para garantir uma alimentação mais saudável.
Entretanto, especialistas em Nutrição alertam que a mudança só acontece se a pessoa buscar o equilíbrio no ato da refeição, procurando consumir mais frutas e vegetais.
Basta notar as prateleiras dos supermercados para perceber sinais da mudança. Já é possível encontrar café e açúcar orgânicos, além de outros produtos alternativos. Nas seções destinadas às verduras, há aquelas cultivadas pelo sistemas hidropônicos ou orgânicos, que não usam agrotóxicos.
Professor do curso de Nutrição da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Cezar Henrique de Azevedo explica que os consumidores não devem esperar que estes produtos façam milagres. ‘‘Alguns ainda acreditam que basta apenas consumi-los para ter uma vida saudável. Isto é um engano. Os orgânicos só funcionam bem se você mudar seu hábito alimentar de forma efetiva’’.
Azevedo considera algumas alternativas interessantes, como o uso do sal marinho ao invés do produto processado industrialmente pelo sistema convencional. ‘‘O que deve ser considerado é a necessidade do consumo de calorias de cada um. O ideal é sempre buscar orientação com um profissional da área, como um nutricionista ou um endocrinologista, além de realizar exames médicos periódicos’’.
A pressão exercida pela vida moderna, que vem obrigando as mulheres a trabalhar para complementar a renda familiar, também é apontada como um fator que contribuiu para a mudança de hábito. ‘‘Poucos conseguem encontrar tempo para preparar a velha e boa marmita feita em casa para comer na hora do almoço’’.
Para quem é obrigado a comer fora, em restaurantes, a dica é balancear os alimentos escolhidos. ‘‘A quantidade de saladas e legumes deve ser proporcionalmente igual à de carne ou qualquer outro tipo de mistura escolhida. Os restaurantes por quilo oferecem boas opções para os consumidores. Infelizmente, nem sempre eles sabem aproveitá-las’’.
Uma recomendação expressa é a manutenção do arroz e do feijão no prato. ‘‘Um complementa o outro. E os dois formam o acompanhamento perfeito para um bife e uma salada’’.
Azevedo explica que a questão do tempo curto não serve como justificativa para comer com frequência em estabelecimentos que vendem lanches rápidos (fast food), como salgados fritos e sanduíches. ‘‘Se você fizer disso um hábito diário, vai acabar comprometendo a sua saúde no futuro. Comer nesses pontos uma vez ou outra não faz mal’’.
Ainda assim, segundo o especialista, é possível optar por alternativas mais saudáveis. ‘‘Caso não consiga escapar do lanche rápido, prefira sempre os salgados assados em vez dos fritos’’. Outra sugestão dada por Azevedo foi a substituição no sanduíche do pão de trigo pelo integral. ‘‘Aquele tradicional cheeseburguer fica mais saudável com folhas de alface e algumas rodelas de tomate. E evite a maionese, que é altamente calórica’’.
O nutrólogo Ivan Cesar Corrêia de Sousa recebe diariamente pacientes em seu consultório com hábitos alimentares irregulares. ‘‘Muitos comem massas de uma forma errada. Aquelas semi-prontas podem até ser consumidas, desde que complementadas por saladas, por exemplo’’.
Ele sugere que a família programe suas atividades com antecedência para conseguir ter tempo de preparar as refeições em casa. ‘‘Se não houver jeito, ainda assim, você pode comer bem em restaurantes por quilo, sem precisar gastar muito’’.