Cafeicultura: pesquisa vai mostrar melhores cultivares

A busca por cafeeiros que tenham maior produtividade, grãos de alta qualidade e que sejam mais resistentes às condições climáticas e às doenças vem ganhando força na região do Cerrado, onde está em desenvolvimento o projeto Unidades Demonstrativas.

Por: Por Michelle Valverde

O projeto consiste no plantio de cultivares novas de café, em 30 fazendas de 17 municípios. As plantas serão testadas ao longo de seis anos e comparadas às já utilizadas na região. O objetivo é selecionar as cultivares que melhor respondem às condições das microrregiões.


O programa é desenvolvido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro (Fundaccer) e Centro Universitário do Cerrado Patrocínio  (Unicerp).


De acordo com o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, João Paulo Felicori Carvalho, a iniciativa é importante para o desenvolvimento da cafeicultura e vem para atender a demanda dos produtores.


“Os produtores do Cerrado estão sempre em busca de informações, novas tecnologias e processos que promovam a produção de café na região. Sabendo disso, a federação firmou uma parceria com a Epamig para desenvolver o trabalho e selecionar as cultivares que melhor se adaptem às microrregiões do Cerrado”.


Ao todo, foram selecionadas 12 cultivares de café do Banco de Germoplasma, instalado no Campo Experimental da Epamig em Patrocínio, com potencial de cultivo no Cerrado mineiro. O plantio das cultivares de café foi iniciado em dezembro e será concluído ainda este mês.


As plantas serão observadas durante seis anos em 30 propriedades, localizadas em 17 municípios da região do Cerrado. As propriedades são acompanhadas de perto, recebendo visita de uma equipe de pesquisadores duas vezes ao ano. A ideia é comparar os resultados dos novos cafeeiros com as cultivares mais utilizadas na região. No processo serão avaliadas a produtividade, a qualidade da bebida e a resistência ao clima e doenças.


Carvalho explica que existe uma interação muito grande entre o material genético plantado e o ambiente, que varia conforme a altitude, o solo e o clima.


“Nas propriedades vamos testar os materiais genéticos desenvolvidos pela Epamig e, no final, o produtor saberá qual é a mais indicada para cada espaço de sua área”.


A diferenciação de cafezais dentro das propriedades é considerada importante para que a produção seja favorecida. Ao se adaptar bem ao clima, solo e altitude, a tendência é que a planta tenha uma produtividade mais elevada e condições de gerar um café de alta qualidade.


Seleção – “Para o cafeicultor, esta seleção é importante para a maior produção de cafés especiais, o que agrega valor. A gente espera obter informações seguras sobre o comportamento de cada cultivar nestes diferentes ambientes do Cerrado. Vamos ter informação de cada propriedade”, disse.


A tendência é que outros produtores se interessem pelo projeto. “A parceria com a Epamig continua e estamos dispostos a atender aos produtores que tiverem interesse em testar as cultivares”.


Origem – A região do Cerrado é uma das principais produtoras de café do País. Com Denominação de Origem (DO), é reconhecido pela qualidade diferenciada e exclusiva da região. Em 2016, foram produzidas 7,4 milhões de sacas de 60 quilos, o que representou um aumento de 74,86% em relação à safra anterior.


A produtividade média das lavouras cresceu 62,96%, passando de 24,81 sacas de 60 quilos por hectare em 2015, para 40,43 sacas em 2016. A área de café em produção cresceu 7,3% somando 208,5 mil hectares.


Após a produção alta, para 2017, as expectativas são de queda em função da bienalidade negativa da cultura.


Fonte: Diário do Comércio

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