A produção de café arábica nacional aumentou para 45,10 milhões de sacas, alta de 23% em relação à safra passada
Porto Alegre, 13 de janeiro de 2017 – SAFRAS & Mercado atualizou nesta semana suas estimativas para a produção e comercialização de café do Brasil na temporada 2016/17.
Produção
Segundo a consultoria, a safra brasileira de café 2016/17 totalizou 55,1 milhões de sacas de 60 quilos, conforme sondagem junto à cooperativas, produtores, exportadores, comerciantes, armazenadores e secretarias de agricultura. A safra 2015/16 rendeu uma produção de 50,2 milhões de sacas. Assim, SAFRAS estima um aumento de 10% na produção 2016/17 contra 2015/16.
Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, responsável pela estimativa, os números refletem uma produtividade acima do esperado para o café arábica, especialmente no sul e cerrado de Minas Gerais e também em São Paulo. A produção de café arábica nacional aumentou para 45,10 milhões de sacas, alta de 23% em relação à safra passada.
Porém, a produção total de conilon caiu 25%, para 10 milhões de sacas, contra 13,4 milhões. “A estiagem dos dois últimos anos comprometeu significativamente a produção de conilon, especialmente no Espírito Santo, principal estado produtor dessa variedade”, apontou Barabach.
Comercialização
A comercialização da safra de café do Brasil 2016/17 (julho/junho) chegou a 78% até o dia 10 de janeiro. O avanço em relação ao mês imediatamente anterior foi de quatro pontos percentuais. As vendas estão levemente adiantadas em relação ao ano passado, quando 77% da safra 2015/16 estava comercializada até então. Há avanço em relação à média dos últimos 5 anos, que aponta que 70% da produção normalmente já está negociada no período. Com isso, já foram comercializadas 42,74 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2016/17 de café brasileira de 55,1 milhões de sacas.
A comercialização voltou a perder ritmo em dezembro diante de forte recuo nos preços e de usual recusa do vendedor em negociar no último mês do ano, “por conta de questões fiscais”, disse Barabach.
“A melhora nos preços no início de 2017 ainda não foi suficiente para trazer o vendedor de volta ao mercado. O produtor tem aparecido de forma comedida e dado preferência à negociação de cafés mais fracos de bebida, cujos preços estão muitos próximos das bebidas melhores”, assinala. O produtor está apostando em ganhos mais expressivos com a entressafra. “Mas um dólar enfraquecido, além de limitar altas nos preços do café no mercado físico, também tem contribuído para afastar os vendedores”, completou.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS