Diversificação e parcerias ajudam a Coopercitrus

Uma das razões para o crescimento é que, no último ano, a Coopercitrus fez parcerias – que devem virar incorporações no futuro – com seis outras cooperativas e apostou na diversificação, entrando em grãos e em café no sul de Minas Gerais.

12 de janeiro de 2017 | Sem comentários Comércio Cooperativas
Por: Por Kauanna Navarro | De São Paulo


11 jan 2017 – A Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo (Coopercitrus), com sede em Bebedouro (SP), é um exemplo de cooperativa que avançou, a despeito das adversidades no país. A cooperativa, que surgiu de uma fusão de duas outras em 1976, fechou 2016 com faturamento de R$ 2,8 bilhões, segundo dados preliminares. O montante é 40% superior à receita de 2015, que foi de R$ 2 bilhões.


Uma das razões para o crescimento é que, no último ano, a Coopercitrus fez parcerias – que devem virar incorporações no futuro – com seis outras cooperativas e apostou na diversificação, entrando em grãos e em café no sul de Minas Gerais.


José Vicente da Silva, presidente da Coopercitrus, aponta “a administração mais profissional” e o gerenciamento “mais eficaz” do cooperado como razões para que o faturamento passasse de R$ 700 milhões em 2010 para R$ 2 bilhões em 2015. “Com uma administração melhor, passamos a prestar melhores serviços ao cooperado. Temos agora o CRM [Customer Relationship Management], que é uma espécie de raio X do cooperado, com informações sobre área plantada, época de colheita”, explica.


A cooperativa surgiu da fusão da Cooperativa Agropecuária da Zona de Bebedouro, que atuava em citros, e da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores D’Oeste de São Paulo. Ao longo dos anos, as culturas mais expressivas na cooperativa foram mudando e a cana-de-açúcar ganhou relevância.


“Há uns dez anos, o citros foi decaindo. As indústrias de suco passaram a produzir laranja também. Com o decréscimo, praticamente 10 mil produtores de citros sumiram ou viraram produtores de cana. Assim, começamos a trabalhar muito mais fortemente com a cana”, diz.


O café do interior de São Paulo foi perdendo espaço a ponto de só permanecer no nome da cooperativa. Com a parceria com as seis cooperativas no último ano – cinco localizadas no sul de Minas Gerais e uma em São Paulo -, o café voltou a ter participação significativa.


Segundo ele, essas cooperativas tinham algum problema financeiro, de gestão ou tinham um porte pequeno que dificultava a atuação. Do lado da Coopercitrus foi um bom negócio, já que havia interesse em entrar mais fortemente em grãos e café. Com as novas parceiras, o número de associados da Coopercitrus chegou a 26,1 mil no ano passado.


A intenção da cooperativa, segundo Silva, é ampliar os negócios e investir na industrialização dos produtos. Para 2017, a expectativa é que três fábricas de ração à base de soja e milho estejam funcionando. A comercialização de café no mercado interno também está nos planos. Hoje, a cooperativa exporta o produto, mas o negócio ainda dá os primeiros passos.


Com os custos envolvidos para absorver os negócios das seis novas cooperativas em 2016, a Coopercitrus fechou o ano com sobra de R$ 95 milhões, conforme dados preliminares, pouco acima dos R$ 91 milhoes de 2015. Para 2017, a previsão é que a sobra represente entre 4% e 5% do faturamento.


Financiamento à venda de insumo


O Credicitrus, braço financeiro da Coopercitrus criado em 1983, foi autorizado pelo Banco Central, em 2010, a admitir como associados, além dos produtores rurais, outros segmentos de pessoas físicas e jurídicas e passou a se chamar Sicoob Credicitrus. A sigla Sicoob mostra a vinculação ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil. Hoje, a Credicitrus tem cerca de 75 mil cooperados e 54 filiais espalhadas entre São Paulo e o Triângulo Mineiro.


Segundo José Vicente da Silva, presidente da Coopercitrus, o Credicitrus é a fonte de financiamento para a vendas de insumos pela cooperativa aos produtores. Ele estima que do total do faturamento de R$ 2,8 bilhões da cooperativa no ano passado, cerca de R$ 1,9 bilhão se referem à venda de insumos, R$ 550 milhões das revendas de máquinas agrícolas e cerca de R$ 250 milhões da comercialização de produtos, como grãos, café e cana.


Fonte: Valor |

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