O mercado interno do café arábica iniciou a semana praticamente paralisado nas principais praças de comercialização do Brasil ainda em comemoração das festas de final de ano.
03/01/2017 – O mercado interno do café arábica iniciou a semana praticamente paralisado nas principais praças de comercialização do Brasil ainda em comemoração das festas de final de ano. Sem sua principal referência, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechada nessa segunda-feira (2) por conta da virada do ano, os preços físicos não tiveram muitas oscilações em relação aos patamares registrados nos últimos dias de 2016.
“Os produtores brasileiros estão oferecendo menos, e os cafeicultores na América Central estão oferecendo muito pouco devido à fraqueza dos preços. As ideias são de que a produção de arábica será forte na América Latina”, explicou recentemente em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O café arábica, negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), fechou o ano de 2016 com alta de 8,2% no primeiro contrato, fechando a US$ 1,371 dólar por libra-peso. Foi o melhor desempenho anual em dois anos. Os trabalhos na ICE serão retomados amanhã (3).
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) informou recentemente à agência de notícias Reuters que as negociações seguem calmas nas praças de comercialização do país. Segundo colaboradores do Centro, as diferenças entre os preços ofertados e pedidos nos últimos dias têm limitado as negociações, que, em alguns casos, passam de R$ 50,00 a saca de 60 kg.
O Cepea informou ainda que o clima tem beneficiado as lavouras e pode amenizar os impactos da bienalidade negativa na maioria das regiões. “Caso o clima siga favorável nos próximos meses, a queda na produção da safra 2017/18 não deve ser tão intensa”, disse o Centro à Reuters.
Já a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), maior do mundo, estima queda na produção de café do Brasil e alerta o produtor para as oscilações de preço. “Estamos prevendo uma safra menor neste ano por conta da bienalidade baixa das lavouras na maioria das regiões produtoras de café arábica. O conilon também não se recuperou das perdas recentes, então em 2017 esse problema de desabastecimento será ainda maior”, pondera Paulino. A produção na área de abrangência da cooperativa em 2016 foi de 20 milhões de sacas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Varginha (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior variação ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 1,19% e saca a R$ 512,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 520,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com alta de 2,00%.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia no Oeste da Bahia (AIBA) com R$ 525,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Franca (SP) com avanço de 2,08% e saca a R$ 490,00.
Na quarta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 485,67 com alta de 0,63%.
BM&F Bovespa
Sem referência, as cotações do café arábica tipo 4/5 fecharam no campo misto nesta segunda-feira na BM&F Bovespa. O vencimento março/17 registrou US$ 162,00 na saca de 60 kg com alta de 0,53% e o setembro/17 fechou o dia com recuo de 0,17%, cotado a US$ 171,50 a saca.
Fonte: Notícias Agrícolas (Por Jhonatas Simião)