Começa hoje oficialmente a colheita de café do Brasil

Em 24/05/06

Por: CNC Imprensa

COMEÇA OFICIALMENTE A SAFRA DE CAFÉ


Começa hoje oficialmente a colheita de café, quando o País comemora o Dia Nacional do Café. Levantamento realizado pelo Conselho Nacional do Café (CNC) mostra que cerca de 10% da produção brasileira já foi colhida.

Em muitas regiões, o início da safra está um pouco atrasado devido a fatores climáticos e também às dificuldades financeiras dos produtores. Em outras, porém, houve maturação antecipada dos grãos.

“Nos últimos anos, os cafeicultores têm feito a ‘lição de casa’ e investido em tecnologia, o que resulta em aumento da produção, da qualidade e redução dos custos. No entanto, não têm obtido renda.

Apesar disso, o cafeicultor resiste. E é por essa visão de mercado futuro que todos estão de parabéns neste Dia Nacional do Café”, diz o presidente do CNC, Maurício Miarelli.

Segundo a pesquisa do conselho, realizada junto às 18 cooperativas e duas associações ligadas ao CNC (que respondem por 25% da produção nacional), a região com a colheita mais adiantada é o Paraná: 40% da safra local já teriam sido colhidas, em função do clima que favoreceu a maturação precoce do café.

Houve antecipação da colheita também em parte da região cafeeira denominada Araraquarense, em São Paulo. As chuvas de setembro do ano passado teriam adiantado a primeira florada.

No Espírito Santo, aproximadamente 30% do grão saiu da lavoura. Lá, o café plantado é o conilon, cujo tempo de maturação é anterior ao do arábica. Esta variedade responde por 23,6% da produção brasileira avaliada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 40,6 milhões de sacas (60 quilos).

Em Minas Gerais, que detém metade da safra nacional, apenas a Zona da Mata está mais adiantada, com cerca de 20% colhido. No Sul, Triângulo e Cerrado, o percentual não chega a 5%. “Nessas regiões a maturação está um pouco atrasada”, diz Antônio Vander Garcia, secretário-executivo da Fundação Procafé. Segundo ele, o veranico de janeiro e o mês de abril com poucas chuvas influenciaram no desenvolvimento da lavoura.

“O preço do café caiu muito e o produtor está descapitalizado para fazer a colheita”, diz José Afonso Gomes, diretor da Cooperativa dos Cafeicultores de Campos Gerais (Copercam), ligada ao CNC. Os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) destinados à colheita ainda não estão disponíveis aos produtores.

Até o momento 11 instituições de crédito formalizaram contratos com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para operar os R$ 600 milhões destinados ao financiamento da colheita. Estimativas dos agentes financeiros é que os produtores possam fazer os empréstimos a partir da próxima semana.

“Precisamos de recursos para reter o café”, diz o produtor André Reis, associado à Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas Ltda (Cocatrel). Segundo ele, o preço atual do produto está praticamente empatando com os custos, mas não paga as dívidas antigas. “Neste dia do café, o que podemos comemorar é que, apesar das dificuldades, ainda conseguimos manter o patrimônio”, avalia o produtor Carlos Roberto Diniz Cintra, associado da Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuarista de Franca (Cocapec).

Levantamento do CNC mostra que em quatro anos de crise (entre 2001 e 2004) os cafeicultores brasileiros acumularam prejuízo de US$ 2,5 bilhões.

Segundo o presidente do CNC, o atraso na liberação dos recursos do Funcafé se deve à demora na aprovação do Orçamento Geral da União e, posteriormente, à sua publicação, uma vez que o Conselho Monetário Nacional (CMN) apreciou os valores do fundo no final de março.

Miarelli salienta que, apesar da demora, pela primeira vez o produtor sabe exatamente quanto será destinado ao setor até o final do ano: R$ 1,57 bilhão. Anteriormente, a aprovação se dava conforme a necessidade, no decorrer do ciclo de produção e comercialização, causando atrasos e descontinuidade.

Essa mudança faz parte do Plano de Safra de 24 meses do Café, proposto pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A liberação dos recursos vai permitir diminuir a pressão da oferta, com a retirada do mercado de cerca de oito milhões de sacas (de 60 quilos). Do total, três milhões de sacas seriam deslocadas para o final de 2007 e início de 2008.

Álvaro Coli, gerente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), explica que muitos produtores estão aguardando o café chegar à fase cereja para que tenha uma qualidade maior. “Como o preço está ruim, o produtor tem de ganhar na qualidade”, diz. Em média, segundo levantamento do CNC, os valores pagos aos cafeicultores no mês passado foram 25% inferiores aos praticados no mesmo período de 2005.

  Situação da colheita do café no Brasil
































Percentual colhido


Sul de MG


1% a 3%


Triângulo MG


Menos de 5%


Zona da Mata MG


20%


Cerrado


Menos de 5%


Mogiana SP


3% a 5%


Araraquarense SP


1% a 3%


Espírito Santo


30%


Paraná


40%


Fonte: Cooperativas associadas ao CNC


 


 

INFORMAÇÕES:

CONSELHO NACIONAL DO CAFÉ
TELEFONE: 11-3284-6800
E-MAIL. cnc_br@uol.com.br

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