As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram com fortes desvalorizações nesta terça-feira (08), atingindo quedas de quase 700 pontos para os vencimentos mais próximos
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram com fortes desvalorizações nesta terça-feira (08), atingindo quedas de quase 700 pontos para os vencimentos mais próximos. O mercado operou durante todo o dia no lado vermelho da tabela, em movimento de realização de lucros e ansiedade em relação ao resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Com isso, o vencimento dezembro/16 encerra com quedas de 685 pontos e cotado a 167,50 cents/lb, perdendo o patamar US$ 1,74/lb. Já o contrato março/17 registrou recuo de 675 pontos e encerra o dia valendo 171,20 cents/lb. O vencimento maio/17 anotou quedas de 670 pontos e cotado a 173,45 cents/lb, enquanto que julho/17 perdeu 660 pontos e referência de 175,40 cents/lb.
Na última sessão, as cotações do arábica em Nova York chegaram a registrar a maior alta em quase dois anos para o contrato dezembro, além de acumular valorizações desde a última semana. Para o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, a movimentação negativa no pregão de hoje está ligado a fatores técnicos, cenário que já era esperado pelo mercado.
Carvalhaes explica que foi iniciada a movimentação da rolagem dos contratos do vencimento dezembro para o março, o que também contribui para as perdas do dia. Além disto, as expectativas em relação às eleições nos EUA também têm movimentado os mercados nos últimos dias, trazendo certa indefinição para as questões econômicas.
A votação para decidir entre o candidato republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton ocorre hoje nos Estados Unidos. Apesar da disputa acirrada, o financeiro tem mostrado preferência pela candidata, após o FBI dar um parecer favorável à ela em relação aos e-mails que estavam sob investigação.
No câmbio, a moeda norte-americana voltou a recuar 1,16% no dia, com cotação a R$ 3,1674 na venda. Com isso, o dólar atinge quatro dias de baixas consecutivas, também influenciado pelas expectativas em relação às eleições presidências nos Estados Unidos.
No quadro fundamental, chuvas são esperadas no cinturão produtivo do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento da safra de café da temporada 2017/18. Mapas climáticos apontam que pancadas de chuvas podem ocorrer em São Paulo e Minas Gerais, embora de forma pontual. Já no Paraná, Zona da Mata de mineira e no Espírito Santo os volumes podem ser mais expressivos nos próximos dias. Além disto, a formação de uma frente fria pode chegar no próximo final de semana em boa parte do cinturão produtivo.
Nos últimos dias, o mercado internacional tem refletido possíveis problemas com o abastecimento na próxima temporada, diante das incertezas climáticas em países produtores. O diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, reportou em seu boletim semanal que os operadores estão atentos às informações sobre a safra, embora as preocupações em relação ao desabastecimento ainda sejam especulativas no momento.
“Operadores do físico se surpreendem inclusive com a força do mercado futuro quando a preocupação de disponibilidade de café no imediato e nos próximos meses é inexistente, seja pelos estoques nos países consumidores ou pelas ofertas relativamente baratas no FOB – o quadro da indústria brasileira é a exceção, pois o país não pode importar café”, comenta.
Mercado interno
No Brasil, as baixas em Nova York inibiram os produtores nas negociações. Carvalhaes explica que os preços no físico não devem recuar, principalmente porque cafeicultores estão esperando os melhores momentos para negociação. “O produtor sabe que não há oferta”, explica.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, aponta que há pouco a ser ofertado e que os atuais preços não eram observados do mercado há um certo tempo. “Aqueles que têm produto no físico devem realizar algumas coisas. Os mercados estão dando oportunidades de realizar negócios das próximas safras. O momento é de aproveitar essas alçadas do mercado”, aconselha.
O tipo cereja descascado teve desvalorização de 4,03% e fecha cotado a R$ 595,00 pela saca de 60 quilos. Já em Poços do Caldas (MG) registrou recuo de 3,87%, com referência de R$ 637,00 por saca.
Para o tipo 4/5, a maior baixa ocorreu em Guaxupé (MG), com desvalorização de 4,44% e cotação a R$ 645,00 pela saca. Em Varginha (MG), o recuo foi de 2,50%, que levou os preços para R$ 585,00 por saca.
O tipo 6 duro também teve dia de desvalorização nas praças de comercialização. A maior queda de preços aconteceu em Araguari (MG), com queda de 8,33% e cotação a R$ 550,00 por saca. Em Poços de Caldas (MG) houve baixa de 4,55% e referência a R$ 545,00 pela saca.
Na segunda-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 577,74 com alta de 1,86%.
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Fonte: Notícias Agrícolas