CIM/UFLA contribui com anuário sobre o mercado agropecuário brasileiro

Em parceria com a CNA, o CIM realiza o levantamento e acompanhamento das informações relativas à cafeicultura e fruticultura (abacate, banana, cacau, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, melão e uva).

Por: Vanessa Trevisan (ASCOM InovaCafé) com informações da Assessoria de Comunicação CNA. Fotos: Cadmiel

Publicação desenvolvida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) contempla o desenvolvimento técnico e econômico de 24 atividades agropecuárias de alta relevância para o país.


O Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) contribuiu com a produção do anuário de resultados de 2016 do Projeto Campo Futuro – que busca melhorar a gestão das propriedades rurais no país.


Em parceria com a CNA, o CIM realiza o levantamento e acompanhamento das informações relativas à cafeicultura e fruticultura (abacate, banana, cacau, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, melão e uva). As informações geradas são reunidas trimestralmente em boletins técnicos, denominados Ativos do Café e Ativos da Fruticultura, que implementam uma rede informacional gerada pela CNA que mantém um banco de dados completo, desde o início do projeto, em 2007.


Os resultados de 2016 foram reunidos no anuário lançado durante o 2º Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, na última quarta-feira (26/10), na sede da CNA em Brasília. O CIM participou na elaboração de dois capítulos que apresentam os resultados sobre a Cafeicultura e a Fruticultura. Além disso são apresentados no anuário os dados sobre Soja, Milho, Trigo, Arroz irrigado, Cana-de-açúcar, Silvicultura, Alface, Tomate, Cenoura, Batata e Cebola, Pecuária de Leite e Pecuária de Corte, Aves e Suínos e Aquicultura.


Durante o seminário, os resultados dos painéis de Fruticultura foram apresentados pelo professor da UFLA e coordenador do CIM, Luiz Gonzaga de Castro Junior. Ele destacou que durante a safra 2015/2016, a economia brasileira passou por um momento crítico que se refletiu no agronegócio frutícola. “A elevação da taxa de juros e queda de confiança no mercado resultou em escassez de crédito e redução dos investimentos. A valorização do dólar frente ao real elevou os custos de produção em função dos insumos e implementos importados” ressaltou o professor.


O levantamento dos custos de produção foi realizado em quatro estados brasileiros: São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Pernambuco. “A gestão da fruticultura deverá ser constante por parte do produtor, uma vez que ele precisa estar atento aos movimentos do mercado e analisar riscos econômicos e financeiros do sistema de produção, verificando os resultados do empreendimento rural e atrelando-os com a melhoria da gestão e investimentos em qualificação técnica” explica Gonzaga. 


CAFÉ EM PAUTA
 
O panorama geral da produção da cafeicultura na safra 2015/2016 foi apresentado pelo pesquisador do CIM/UFLA, Fabrício Andrade. O levantamento dos custos de produção foi realizado nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia. Conforme o diagnóstico, os principais itens que integraram o Custo Operacional Efetivo (COE) foram gastos com pessoas (condução da lavoura), mecanização, corretivos, fertilizantes, produtos fitossanitários, colheita e pós-colheita e juros de custeio. 


Na cafeicultura de Coffea arabica, o COE na safra 2015/2016 ficou em média em R$ 325,22 a saca de 60 kg. Já o Custo Operacional Total (COT), soma do COE mais depreciações e pró-labore, foi de R$ 389,70 a saca, e o Custo Total (CT), soma do COT e custo de oportunidade, R$ 480,74/saca. “O Projeto constatou que o maior gasto no COE, das propriedades com tipo de produção manual, foi com colheita e pós-colheita (em média 41%), uma vez que há a necessidade de contratação de pessoas para realizarem a derriça dos cafeeiros. Já nas propriedades com tipo de produção mecanizada, o principal gasto foi com fertilizantes (em média 28%)”, explicou o pesquisador.


Os resultados da cafeicultura revelam que os custos de produção mostram realidades distintas entre as principais regiões produtoras do Brasil. Os municípios com tipo de produção semimecanizado não estão em situação melhor que alguns com produção manual, o que merece atenção no processo de tomada de decisões. “Nós concluímos que a adoção da colheita mecanizada é uma alternativa para viabilizar o trabalho diante dos custos elevados e escassez de mão de obra”, concluiu Fabrício. 

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