Sepetiba Tecon investirá R$ 51,2 milhões até o final de 2007 com intuito de se tornar o mais importante hub port da América do Sul – 22/5/2006 | |
Davi Emery Cade, diretor-superintendente do terminal de contêineres, afirmou que para 2006 a expectativa é encerrar com uma receita de R$ 85 milhões e operação de 180 mil contêineres, reflexo da conquista de novas cargas como o café. | |
O Sepetiba Tecon, terminal de contêineres pertencente à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e localizado em Itaguaí, a 80 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, divulgou que, pela primeira vez desde a fundação ocorrida em 1998, conquistou resultado positivo nos negócios. No ano passado, segundo revelou o diretor-superintendente, Davi Emery Cade, o terminal apresentou um crescimento na movimentação de contêineres e totalizou 205 mil TEUs em 2005 contra 146 mil TEUs no período anterior. “Com isso, revertemos um quadro de resultados negativos e encerramos com R$ 6,33 milhões em negócios”, disse. Conforme o executivo, o Sepetiba Tecon é o terminal de contêineres que, atualmente, “mais se aproximada de um hub port”, tendo em vista a representatividade do transbordo na movimentação total. Além disso, em 2005 comparado com 2003, foi registrado um aumento considerável de 146% na movimentação de consolidação e desconsolidação de cargas. “Houve um incremento na movimentação de contêineres de 44% no ano passado. Essa evolução ocorreu de forma constante e crescente”, de acordo com o executivo. Dados da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec) indicam que o volume de carga conteinerizada movimentada no Estado do Rio de Janeiro cresceu 5,6%, 15,6% no Sudeste e 16,8% no Brasil. “Isso demonstra o aumento acima da média de mercado dos negócios no Sepetiba Tecon”, completou Cade. Para agregar ainda mais valor às operações efetuadas no terminal de contêineres, o executivo comentou que a empresa está em processo de certificação do ISO 14001, e oferece aos clientes operações de intermodalidade entre Sepetiba Tecon e Vale do Paraíba, em São Paulo, com a utilização regular do transporte rodo-ferroviário regular. MOVIMENTAÇÃO, PRODUTOS E ROTAS – A movimentação de produtos siderúrgicos pelo terminal manteve o patamar dos anos anteriores, em torno de 1 milhão de toneladas anuais. Outras mercadorias que mereceram destaque foram parte e peças, reefers, químicos, pedras, borracha, eletrônicos, vidro, pneus e café. As operações de transbordo cresceram 90% em volume, comparado com 2004, o que aumentou o share no terminal de 20% para 27%. A importação e exportação praticamente mantiveram as participações e a cabotagem perdeu peso no perfil operacional, apesar de ter aumentado 7% no volume em 2005. Com relação ao número de navios, o Sepetiba Tecon chegou a receber, em setembro último, 64 embarcações, recorde para o terminal, porém com uma média de 61 navios por mês, sendo que as principais rotas são Ásia, Costa Leste dos Estados Unidos, Norte da Europa, Golfo do México, Mediterrâneo e Mercosul. A evolução da receita operacional bruta de contêineres variou de R$ 6,8 milhões em 2003 para R$ 61,1 milhões em 2005. “O que reflete a atratividade do terminal em termos logísticos e condições comerciais satisfatórias”, disse o executivo. Para produtos siderúrgicos, a evolução da receita passou de R$ 27,5 milhões em 2003 para R$ 38,7 milhões em 2005, em grande parte por conta do ajuste de preços realizado. No ano passado, os negócios obtidos no Sepetiba Tecon podem ser divididos em 60% contêineres, 38% produtos siderúrgicos e 2% carga geral e outros. TERMINAIS INTERMODAIS – O Sepetiba Tecon opera terminais intermodais interiores, estrategicamente posicionados nas regiões concentradoras de indústrias e geradoras de carga ao longo da malha ferroviária da MRS Logística, que se estende pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais e se interliga à malha ferroviária brasileira em vários pontos. Segundo explicou o diretor-superintendente, estes terminais intermodais operacionalizam transbordos de cargas, servem de área intermediária de armazenagem e fornecem serviços auxiliares como a consolidação e a desconsolidação de contêineres. “Inúmeras são as vantagens que fazem do Sepetiba Tecon um terminal diferenciado dos demais. Temos condições de redirecionar o sistema logístico dentro do cenário da região Sudeste do Brasil, para tornar-se o mais importante hub port (porto concentrador de cargas) da América do Sul”, salientou. PRINCIPAIS INVESTIMENTOS ATÉ O FINAL DE 2007 – O executivo comentou ainda que o Sepetiba Tecon tem previsto investimentos de R$ 51,2 milhões até o final do próximo ano. Os recursos serão utilizados, principalmente, na aquisição de novos equipamentos como dois portêineres e dois transtêineres (R$ 30 milhões), processo de fabricação e entrega de sete reach stackers e 23 empilhadeiras (R$ 11 milhões), ampliação e melhoria das instalações administrativas (R$ 3 milhões), ampliação do armazém de consolidação e desconsolidação de cargas (R$ 2,5 milhões) e segurança (R$ 1,7 milhão). Com o intuito de atrair novas cargas para serem operadas no terminal, Cade informou ainda que estão sendo investidos outros R$ 3 milhões em um armazém dedicado, exclusivamente, para estufagem de café, com 5 mil metros quadrados de área, que já está em operação, mas não foi inaugurado oficialmente. “O armazém funcionará como pólo de exportação da empresa Tristão Comércio Exterior, especializada em vendas internacionais de café, produto que até o final de 2006 deverá apresentar um aumento considerável nas estatísticas, podendo até ocupar o segundo lugar no ranking, com uma previsão de movimentação de 300 contêineres por mês. Isso demonstra que o nosso foco também está centrado na atração de novas cargas para o terminal”, ressaltou. E concluiu: “pretendemos encerrar 2006 com um aumento na movimentação de contêineres em torno de 75%, ou seja, 180 mil unidades que deverá gerar uma receita operacional de R$ 85 milhões”. Foto: Davi Emery Cade (Crédito: Flávia Gavioli). Por Flávia Gavioli – São Paulo |