Curitiba, 23 de Maio de 2006 – A Corol Cooperativa Agropecuária, de Rolândia (PR), está pedindo financiamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de seu primeiro frigorífico, uma obra estimada em R$ 115 milhões. A unidade será construída em parceria com o americano Global Protein Group.
O BNDES pode financiar até 80% do projeto, ou R$ 92 milhões, e exige contrapartida de 20% (R$ 23 milhões).
Eliseu de Paula, presidente da Corol, estima que em seis meses o BNDES deve aprovar o projeto da Corol Beef, nome da parceira entre a cooperativa e o GPG. A meta é iniciar os abates em 2008.
A Corol Beef pretende abater, numa primeira fase, 750 animais por dia e, ao final do quarto ano de operação, a meta é atingir 2 mil cabeças quando deverão ser gerados mais de 2 mil empregos diretos e quando se estima obter um faturamento anual de US$ 200 milhões. “Fechamos a parceria com o GPG porque eles atuam no mercado americano e asiático, enquanto nós vamos ficar encarregados da produção. Isso nos dá segurança e todos os estudos realizados apontam a viabilidade desse projeto”, explica Paula, que também é presidente da Corol Beef .
O GPG foi criado por pecuaristas americanos só para fazer esse tipo de operação na América do Sul, aproveitando os baixos custos de produção locais, e já possui planta industrial no Uruguai, de onde exporta para os Estados Unidos, Canadá, China e União Européia (UE).
Já a Corol, que faturou R$ 580 milhões no ano passado, atua na produção de café, suco de laranja, açúcar, álcool e suco de uva. Como nos demais projetos industriais da Corol, esse também será integrado, tendo os associados como fornecedores. Os interessados em assinar o contrato de fornecimento somam mais de 500 pecuaristas e têm fazendas localizadas num raio de 250 km do local da indústria. Eles estão dispostos a cumprir com as exigências de qualidade e rastreabilidade da Corol Beef e receberão bônus de 10% sobre o preço da região, de acordo com levantamento Esalq/USP.
O contrato terá prazo mínimo de dez anos. Será adotada a rastreabilidade em todo o processo. Na mesma planta industrial, os bois serão abatidos e a carne processada e pré-cozida. Serão também produzidos hambúrguer, cortes especiais, kosher e outros.
A busca de um parceiro com experiência no mercado internacional foi uma estratégia muito estudada pela cooperativa. “Nós temos a experiência para produzir, mas não possuímos o mercado, que é uma especialidade do nosso parceiro”, afirma Paula.
Fonte: Gazeta Mercantil/Restrito