Os leilões dos estoques públicos de café, realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) nessa sexta-feira (29) ocorreu com grande procura.
Foram ofertados 67 mil sacas do arábica e arrematados nos preços iniciais estabelecidos pela Companhia. Para produtor rural, Fernando Barbosa, “essa atitude do governo em disponibilizar a oferta de leilão no momento de colheita trouxe preocupação aos cafeicultores”, afirma.
Segundo ele o setor esperava que as vendas ocorressem no longo prazo. O argumento do governo, porém, é que de os leilões irão ajudar a reduzir as preocupações com a oferta e os altos preços provocados pela seca.
A Conab planeja realizar leilões regulares a cada duas semanas para liquidar 827.666 sacas de café do governo estocado ao longo do ano, conforme anúncio divulgado na segunda-feira (25).
Para Barbosa, a comercialização dos estoques irá prejudicar a composição de preço no mercado interno, especialmente porque os compradores podem abrir mão das ofertas da safra 2016/17, que começaram a ser colhidas.
“Os primeiros lotes da safra geralmente são de qualidade inferior, com preço girando em torno de R$ 400,00 a R$ 470,00/sc. E para o produto de melhor qualidade esperávamos vender mais para frente, na esperança de que preço pudesse subir”, explica o cafeicultor.
Contudo, a perspectiva é de que os produtores precisem lançar mão, já no início da colheita, de um volume maior de café de qualidade para alcançar bons níveis de comercialização.
Além disso, Barbosa ressalta a importância dos estoques públicos, caso ocorra adversidades na produção da safra 2017/18. “Poderemos ter problemas de estocagem no ano que vem, devido à liquidez antecipada dos estoques”, ressalta.
(Por Aleksander Horta e Larissa Albuquerque)