Parte do acervo do Museu é composto por documentos e fotografias que datam de séculos passados, e manter os materiais no melhor estado possível requer técnicas e cuidados específicos
Lidar com objetos tão delicados como documentos antigos em papel e fotografias históricas requer constante monitoramento e cuidados especiais, e a equipe de conservação do Museu do Café, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, tem a experiência de trabalhar com esses itens. Com livros datados do final do século 17, até fotografias e documentos de anos recentes. Os itens que compõem o acervo arquivístico da instituição passa pelas mãos – sempre com luvas – de especialistas do Museu do Café.
O acervo arquivístico é dividido em dois grupos: o institucional e o histórico. O primeiro é composto de um conjunto de documentos produzidos e acumulados pelo Museu do Café no exercício de suas funções e atividades, sejam elas administrativas ou técnicas. O acervo histórico, por sua vez, é formado por uma série de documentos relacionados ao café, doados ao Museu por titulares de empresas ligadas ao grão ou privadas, para fins de preservação e divulgação histórica e cultural.
O tratamento se inicia no momento da chegada do material ao Centro de Preservação, Pesquisa e Referência “Luiz Marcos Suplicy Hafers”. O novo objeto do acervo é avaliado para saber em que estado ele realmente se encontra e se haverá necessidade de intervenções, para evitar maior degradação. Um documento em papel, por exemplo, é extremamente delicado, principalmente se armazenado de maneira incorreta. Fatores como luz, calor, umidade, manuseio, poeira, poluição e insetos são as causas de avarias e defeitos que, por muitas vezes, podem acabar gerando perdas irreparáveis, mesmo com toda a tecnologia empregada nesse tipo de trabalho.
Para melhor conservação, a equipe técnica do Museu se dedica em manter o ambiente de acondicionamento do acervo o mais limpo e protegido da luz, calor e umidade – tarefas complexas devido ao clima da cidade de Santos. Entretanto, a conservação consiste não apenas nos fatores ambientais, mas também no tratamento contínuo: limpeza periódica e a retirada de materiais que possam interferir e desgastar o acervo, como grampos, clipes ou fitas durex, que enferrujam e corroem o papel.
A conservação em casa – Se para um museu a importância histórica de um documento o eleva a valores inimagináveis, o que dizer então daqueles arquivos de família que passam de geração para geração ou das fotografias ainda em preto e branco que ainda trazem o valor emocional? Preservá-los é levar adiante a história dos nossos antepassados, e fazer isso de forma caseira é mais simples do que se imagina.
Primeiramente, o correto armazenamento já conta como grande parte da preservação. Proteger esses arquivos dos principais agentes que prejudicam o documento é a chave para a longevidade. Em segundo, deve-se realizar uma manutenção anual – no mínimo –, retirando os livros, documentos ou fotografias do local que estão guardados para efetuar a limpeza, removendo poeira, arejando e verificando se não há vestígios de insetos. Por fim, retornar os documentos para o armazenamento, se possível preservando-os entre papeis alcalinos, pois estes são capazes de regular parte da acidez característica de papeis mais antigos. É um serviço simples, que pode ser feito em pouco tempo, mas capaz de prorrogar a vida desses documentos por décadas.
O Museu do Café fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h. Os ingressos para visitação custam R$ 6, estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada. Aos sábados, a visitação é gratuita. Já a Cafeteria do Museu funciona de segunda a sábado das 9h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h. Outras informações estão disponíveis no site www.museudocafe.org.br.