Produtores do ES trocam plantação de café por pimenta-do-reino

Produtividade da pimenta é um dos motivos para troca de cultura.
Segundo o Incaper, a produção de pimenta se estende por 31 municípios.

Pimenta-do-reino substitui plantações de café no Espírito Santo (Foto: Sandra Pacheco/ Arquivo)


31 mai 2016 – Os bons resultados financeiros proporcionados pelo cultivo da pimenta do reino vêm aumentando, a cada ano, a produção no Espírito Santo. Para expandir o cultivo, muitos produtores capixabas estão até trocando o café pela pimenta.


A colheita de pimenta-do-reino destacou-se no ano de 2015, alcançando acréscimo de 82,5% na produção, com expansão de 50% na área colhida, segundo os dados do Boletim da Conjuntura Agropecuária do Espírito Santo. Já a produção de café, no mesmo período, diminuiu 20,2%, tendo queda também na área colhida, que reduziu 0,8%.


Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Wellington Secundino, no Estado a produção de   pimenta  se espalhou por 31 municípios. Em muitos casos, ele destaca, está havendo a troca do café pela pimenta.


“Os produtores enxergam na   pimenta  uma forma mais rentável de produção. O crescimento se deu porque, além de ser uma cultura mais familiar, o preço e o acesso ao crédito rural influenciaram no aumento”, comenta.


Cidades
As cidades que tiveram uma representatividade maior na produção de   pimenta-do-reino foram São Mateus, Jaguaré, Vila Valério, Boa Esperança e Sooretama. Em Vila Valério, por exemplo, em três anos houve um salto de 100 para 600 hectares de plantação de pimenta.


O produtor rural Ailton Silva, de Vila Valério, há quatro anos só tinha plantação de café em sua propriedade, mas decidiu investir na   pimenta  por causa do custo, lucro e da seca que atinge o Estado. Ele reduziu três dos 15 hectares da propriedade, onde havia praticamente apenas café.


“Iniciei com 600 pés de pimenta, mas agora possuo três mil. Num hectare, eu consigo produz mais   pimenta  que café. Além do mais, o quilo do café está chegando a R$ 6, já o da   pimenta  pode chegar a R$ 30. A seca também incentivou a diversificar, pois gasta menos água, adubo, agrotóxico e mão de obra”, conclui.


Quem também está trocando um cultivo pelo outro é o produtor rural Wanderson Sede. Na sua propriedade havia apenas café, mas hoje metade da plantação é de pimenta. “Uma vantagem que eu vi foi que o café possui uma colheita por ano, já a   pimenta  são duas. Num hectare é possível tirar R$ 10 mil com pimenta”, diz.


Para o técnico do Incaper, Wellington Secundino, é preciso diversificar as plantações e manter mais de uma cultura. “Infelizmente, temos orientado a não acabar com o que tem e sempre ter duas ou três plantações para equilibrar a propriedade. No entanto, o preço é três vezes maior que o do café e, na mesma área, é possível ter uma produção maior de   pimenta  que de café”, finaliza.


Saiba mais

Produção de pimenta
Os dados levantados pelo Boletim da Conjuntura Agropecuária do Espírito Santo apontam que a produção de pimenta-do-reino destacou-se no ano de 2015, alcançando acréscimo de 82,5% na produção, com expansão de 50% na área colhida.


Produção de café
Os dados do levantamento final do IBGE para 2015 confirmaram uma queda na produção cafeeira de 20,2% no estado, ao passo que a área colhida reduziu 0,8%.


Extensão da pimenta
Segundo o Incaper, a produção de pimenta  se estende por 31 municípios. As cidades que tiveram uma representatividade maior na produção de   pimenta  foram São Mateus, Jaguaré, Vila Valério, Boa Esperança e Sooretama.


Raquel LopesDe A Gazeta


Fonte : Globo

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