Agronegócios – Yara aposta na produtividade do café no País

Brasil pode atender a crescente demanda global pela bebida Brasil pode atender a crescente demanda global pela bebida

12 de maio de 2016 | Sem comentários Comércio Empresas

12 mai 2016  tualmente se produz cerca de 20 sacas por hectare. Mas experimentos mostram ser possível duas ou três vezes mais segundo Lair Hanzen, fabricante de fertilizantes no Brasil


Brasil pode atender a crescente demanda global pela bebida Brasil pode atender a crescente demanda global pela bebida
Atibaia – Para atender a crescente demanda mundial de alimentos, em especial pelo café, o Brasil deve investir cada vez mais em produtividade. Desta forma, será possível elevar a produção de maneira sustentável.


A avaliação é do vice-presidente global e presidente para o Brasil da Yara Fertilizantes, Lair Hanzen.


“O papel que a gente quer mostrar é que temos que buscar esse crescimento com produtividade, e não com aumento de área. A gente protege o meio ambiente, derrubando menos árvores, e melhora a rentabilidade do produtor”, disse ontem o executivo ao DCI, durante a 1ª Conferência Mundial de Café da Yara, em Atibaia, no interior paulista.


Ele afirma que, com a projeção de consumo de 185 milhões de sacas de 60 quilos cada em 2025 – 35 milhões a mais do que o consumo atual -, o País pode aumentar em até três vezes a sua produção na área já existente. “A produtividade média do café no Brasil é de 20 sacas por hectare. Nós temos experimentos onde há níveis duas, ou três vezes maiores do que isso. Então, podemos preencher essa lacuna somente com a melhor de produtividade”, destacou.


A preocupação do mercado mundial com a produção brasileira acontece por conta dos de 30% market share na produção mundial, com 43,24 milhões de sacas em 2015.


Segundo o executivo, a elevação do consumo global do café é resultado do aumento em países não tradicionais, como a China e Coreia do Sul, que na última década atingiram uma taxa média de crescimento de 6,5% ao ano.


Os principais aspectos para isso, analisa Hanzen, são o crescimento expressivo e transformações nos emergentes, com aumento da urbanização dos rendimentos per capita. “Nesses países, o consumo per capita ainda é baixo. Na China, ele corresponde a 83 gramas por habitante, enquanto no Japão ele corresponde a 3,5 quilos por pessoa. Temos ainda um grande espaço para crescimento e muito para avançar e sonhar com o consumo mundial da Finlândia, que é de 12 quilos por pessoa”, pontuou.


Nos países tradicionais, o crescimento médio do consumo bate os 2%, mas chega aos expressivos 10% quando o assunto é o café especial. “As novas tendências de consumo dos cafés especiais revigoram o crescimento, gerando novas oportunidades de diferenciação. Cada vez mais, na visão dos consumidores, o café passou de bebida básica para uma bebida relacionada ao estilo de vida”, disse Hanzen. Segundo dados do setor, fenômenos climáticos nas principais regiões de manufatura provocaram perdas superiores a 2% na produção mundial.


Fertilizantes


Se o Brasil detém um terço do mercado mundial do café, por outro lado é importador de fertilizantes. O País produz apenas 2% da matéria prima global. Com a dependência da importação do produto, os cafeicultores acabam reféns da oscilação do dólar, o que pode adiar a compra do insumo.


Para diminuir essa necessidade de importação, a Yara, que concentra 25% na divisão do mercado nacional e é a principal empresa de fertilizantes no Brasil, está investindo US$ 500 milhões em um projeto de mineração de rocha fosfática (um dos principais insumos para a produção de adubo) em Serra do Salitre (MG). “A área de fosfatado é onde o Brasil tem as maiores possibilidades de reduzir um pouco essa dependência de produtos importados”, concluiu o presidente da Yara.


Fernando Barbosa


Fonte : DCI

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