Colômbia tem ampla disseminação de broca-do-café

Para Hernando Duque, gerente técnico da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC), os cafeicultores nessa época do ano devem redobrar esforços no controle cultural da praga, ou seja, manter os cafezais sem frutos que sirvam de alimento e hospedagem para a

Por: CafePoint

08/04/2016 – O prolongado verão que afeta a Colômbia desde o segundo semestre de 2015 e até agora em 2016, produto do fenômeno do El Niño, converteu-se no cenário propício para a broca-do-café se multiplicar. Praga deve afetar os grãos em várias regiões que começam a colheita, como Caldas, Quindío, Risaralda, Antioquia e norte do Valle, entre outros departamentos.


Em uma reunião realizada em primeiro de abril de 2016, no Centro Nacional de Pesquisas de Café (Cenicafé), com sede em Chichiná, Caldas, que contou com a presença de cafeicultores desse departamento, foi explicada a complexa natureza do problema, incluídos aspectos como clima, biologia e hábitos, e foram dadas recomendações para enfrentar o problema mediante um manejo integrado da praga, com o fim de cuidar da colheita do primeiro semestre, assim como a do segundo semestre.


Para Hernando Duque, gerente técnico da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC), os cafeicultores nessa época do ano devem redobrar esforços no controle cultural da praga, ou seja, manter os cafezais sem frutos que sirvam de alimento e hospedagem para a reprodução da broca.


“Os níveis da praga estão muito altos. Em um estudo recente, o Serviço de Extensão encontrou danos significativos na pós-colheita que se devem aos grãos atacados e consumidos pela broca. Isso nos demonstra que há uma altíssima sobrevivência de populações de broca nos frutos do solo ou frutos secos dos cafezais não coletados. Nessa época do ano, quando a broca sobrevive muito nos frutos ecos e ocorrem umas pequenas chuvas, o inseto sai e ataca os frutos novos em formação”.


Há mais de 25 anos, o Cenicafé investiga a biologia, os hábitos e o manejo integrado da broca para que os cafeicultores mantenham em níveis mínimos as populações do inseto, que é a praga mais prejudicial do café, pois se caracteriza por ser monófoga, ou seja, se alimenta unicamente de café. Porém, além de preferir o grão, outra particularidade que propicia sua rápida multiplicação está relacionada com o gênero. De cada 10 insetos, somente um é macho e tem como função fecundar as fêmeas. Não volta e jamais sai do fruto, porque suas asas são atrofiadas.


Multiplicação da praga e sua relação com o clima


As pesquisas do Cenicafé demonstraram que a broca se multiplica em função da temperatura e da altitude. Nas regiões cafeeiras com temperaturas médias superiores a 21oC, a broca se reproduz com maior rapidez, enquanto que o desenvolvimento do inseto é menor em locais acima de 1.600 metros acima do nível do mar, com temperaturas médias inferiores a 20oC.


Em regiões localizadas a 1.218 metros acima do nível do mar e uma temperatura de 22,5oC, a broca pode atacar até 959 grãos de café a partir de um só fruto brocado no solo, enquanto que em regiões localizadas a 1.700 metros acima do nível do mar e uma temperatura de 19,8oC, somente ataca 29 grãos.


A gerência técnica da Federação e através de seu Serviço de Extensão, reitera-se aos cafeicultores que a melhor maneira de controlar a broca é colher com frequência para evitar que se multiplique. “O que tem que fazer, primeiro, é não permitir que nos cafezais caiam frutos maduros, muito maduros ou secos, pois se vão converter em albergue para a broca e se multiplicarão intensamente em seu interior para ataques futuros. Em segundo lugar, deve-se evitar ao máximo a queda dos frutos no solo. A broca sobrevive nesses frutos por mais de 150 dias”, disse Duque.


Em terceiro lugar, deve-se lembrar que em um passe de colheita, cerca de 80% da broca chega aos beneficiários e está presente nas pasillas, portanto, quando um cafeicultor beneficiar o café, deve garantir que as pasillas se “solarizem”, ou seja, sejam colocadas em um recipiente escuro e fechado, coberto com plástico e exposto ao sol para elevar a temperatura e que a broca morra. Se isso não for feito, grande parte dessa broca volta ao cafezal e o problema persiste, causando dificuldades ao produtor.


Medidas não negociáveis no controle


Após a reunião no Cenicafé, entre as recomendações que os cafeicultores devem seguir aplicando na fazenda estão:


– Controle cultural: colheitas oportunas e repasse (re-re).


– Renovar os cafezais e manter as plantações jovens.


– Na renovação, evitar a dispersão da broca.


– Estabelecer plantações com altas densidades, com arranjos espaciais que permitam vias amplas para controlar a broca.


– Evitar a dispersão da broca durante a colheita e a pós-colheita.


– Registrar as florações de café para determinar o período crítico, as épocas oportunas para avaliar a broca no campo, decidir aspersões de inseticidas químicos ou biológicos e planejar as épocas de repasses.


– Atender aos alertas precoces e recomendações para o manejo da broca.


As informações são da Cenicafé/ Tradução por Juliana Santin

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